Lula, o governo e o PT não têm do que reclamar diante do noticiário das últimas semanas. Apesar de toda a histeria da oposição – que decreta a morte política do presidente todo santo dia –, a realidade desmente o veredito fatalista. Desde que Donald Trump anunciou o tarifaço contra o país – com apoio do bolsonarismo –, os ventos mudaram pra valer. Sim, Lula ganhou de presente uma bandeira de apelo incontestável.
Mas esse não é o único fator que explica a recuperação da popularidade do petista. Antes de citar outras variáveis nessa equação, vamos à nova pesquisa Genial/Quaest sobre a corrida eleitoral para 2026. Divulgados nesta quinta-feira, os dados mostram que Lula ganha de todos os adversários no segundo turno, incluindo o inelegível Bolsonaro.
Mais importante do que a liderança é a ampliação da vantagem sobre os adversários. Fosse hoje a eleição, Lula bateria Jair Messias pelo placar de 47% a 35%. Com o governador Tarcísio de Freitas, o presidente venceria com 43% dos votos contra 35%. Com a senhora Michelle Bolsonaro na urna, o petista vence com 47% contra 34%.
A Quaest projeta nove cenários de segundo turno. Além dos três citados acima, foram testados Ratinho Junior, Eduardo Leite, Eduardo Bolsonaro, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Flávio Bolsonaro. Todos são batidos com larga diferença, muito distante de qualquer margem de erro. Esse é o terrível drama da extrema direita.
Enquanto Jair Messias acelera o passo na direção da cadeia, a ultradireita rodopia meio tonta em busca de uma definição sobre um nome que unifique a oposição para o ano que vem. Claro, estamos longe do encontro com as urnas, mas o panorama na turma “conservadora” tem de tudo, menos tranquilidade. E o tempo corre.
Além de tremular a bandeira da soberania, o governo emplacou vitórias no Congresso, como o projeto de isenção do Imposto de Renda. Fator decisivo, a inflação dos alimentos caiu. O desemprego segue com as taxas mais baixas da história. Programas nas áreas de educação, saúde e transporte chegam às populações que mais precisam do governo.
Como dizem os filósofos da análise política, pesquisa é “fotografia do momento”. Treino é treino, jogo é jogo. Mas é inquestionável a boa fase de Lula depois das tormentas que pareciam devastadoras no começo do ano. Entre janeiro e março, parecia o fim do mundo para o governo. Até o marqueteiro eleitoral virou ministro para salvar o barco.
Ao lado da mudança de rumo na comunicação, o governo aproveitou cada nova situação para se recuperar. O cenário atual, portanto, é resultado de um conjunto de fatores. Mas Lula é o principal responsável pelos avanços. Em 28 de junho escrevi um post com o seguinte título: Lula resiliente desafia a ultradireita. Sem querer me gabar, é por aí.