Ciro Nogueira, Rogério Marinho e Eduardo Girão aparecem todos os dias na imprensa, e nas redes, com o mesmo veredito: “O governo acabou”. Os três senadores repetem o que repete uma multidão no Congresso Nacional. Virou o mais novo mantra da oposição sistemática a Lula. Líder do PL na Câmara, o histérico pastor Sóstenes Cavalcante resume a discurseira truculenta da ultradireita. O projeto é destruir o presidente.

Mas a oposição fica um tanto agoniada com a casca dura do inquilino do Alvorada. Sobretudo a partir de janeiro deste ano, a percepção negativa sobre a gestão federal pegou embalo de ribanceira. O destino parece ser a aprovação perto de zero. Reprovação chegando a cem por cento. O clima é esse na charanga da turma rival. 

Quase uma bala de prata foi a fake news do pix, produzida por Nikolas Ferreira, a nova referência intelectual dos “conservadores”. Nem precisa falar das trombadas menores no dia a dia do governo. Vamos direto para o escândalo do INSS. Outro terremoto com potencial de bala de prata. Mais um atestado de óbito para a gestão do petista.

Ocorre que tem um porém. Por tudo o que já aconteceu, segundo a lógica dos adversários, Lula teria de estar em último lugar nas pesquisas eleitorais. Deveria ser rejeitado lá pelos 80% em diante do eleitorado. E finalmente estaríamos vendo uma candidatura em destroços, sem chance de chegar ao segundo turno. E a realidade?

Aí é que são elas. Lula está no jogo para 2026, e com chances reais de vitória. Sim, está pau a pau com Tarcísio de Freitas, Michele e outros que tais. Mas o panorama está a quilômetros do que a direita esperava. Mesmo sendo bombardeado em tempo integral, o presidente segue competitivo. Está no sufoco agora, mas tem meios para a guerra.

Filipe Nunes, diretor da Quaest, defende que a avaliação negativa do governo bateu num piso. Não vai cair mais, além desse nível. Porque Lula, o PT e a via progressista formam um bloco sólido, na casa de um terço dos brasileiros eleitores. Essa frente não é homogênea, mas fecha em alguns princípios, como a defesa da democracia.

O que não pode é tentar levar no grito e no golpe, como fizeram Bolsonaro e seus aliados da direita acanalhada. Lula está nas cordas, mas reage com forças para se manter no páreo. Os inimigos berram que ele está morto, mas veem o contrário: o cara é resiliente.