Diante de uma tragédia, espera-se respeito às vítimas e alguma dignidade dos que se metem a comentar os fatos. Não espere isso de certa gente que faz política como hienas à procura de carcaças. A morte da brasileira Juliana Marins (foto), durante uma escalada na Indonésia, revela o nível de depravação a que algumas figuras podem alcançar. É o que você pode conferir em reportagem de Vanessa Alencar, aqui no CADA MINUTO.

O governo brasileiro não pode pagar pelo traslado do corpo. Não porque não queira fazê-lo, mas porque a lei impede expressamente esse tipo de ação. Já houve outros casos semelhantes. A família da jovem está recebendo o apoio necessário do Itamaraty e da embaixada brasileira no país. Todas as medidas legais estão garantidas.

Mas quem se importa com os fatos? As hienas da demagogia farejam a oportunidade de faturar uns votinhos e avançam com suas garras. Deputados e vereadores fazem comparações patéticas ao falar do caso, misturando até asilo político com o drama de uma família. Vergonha na cara, senhores! Mostrem um pingo de dignidade.

Um desqualificado da Câmara de Maceió falou até de “uma égua no telhado”. O que diabos é isso? A baixeza da política não surpreende, é claro, mas não deixa de causar repugnância. Dois deputados federais alagoanos – que disputam o campeonato para ver quem é mais histérico na ultradireita – eternizam suas digitais nessa investida asquerosa.

Esses que vocalizam tamanha ignomínia são os memos que, na tragédia da pandemia de Covid, estavam ao lado daquele presidente que, diante de milhares de brasileiros mortos, disse ao mundo: “Quer que eu faça o quê? Eu não sou coveiro”. Lambem as botas de um vagabundo de tal natureza e vêm agora fingir solidariedade. É escatológico.

Este texto tem como inspiração, digamos assim, as manifestações dos seguintes cidadãos de bem da política alagoana: Leonardo Dias (vereador na capital), Fábio Costa (deputado federal) e Alfredo Gaspar de Mendonça (deputado federal). Parabéns ao trio.