“Hoje, o que a gente quer é justiça. Primeiro, a justiça de Deus. Depois, a dos homens”, desabafa Giovânia Ferreira, avó de Louise Gbyson Vieira de Melo. Ela acompanha, nesta sexta-feira (6), o júri popular de Albino Santos de Lima, no Fórum do Barro Duro, em Maceió.
Conhecido como o “serial killer de Maceió”, Albino responde por 18 assassinatos e outras sete denúncias, segundo o Ministério Público. Desta vez, é julgado pelo feminicídio de Louise, uma mulher trans, morta com tiros na cabeça na noite de 11 de novembro de 2023, no bairro Vergel do Lago.
“Estamos falando de uma pessoa fria e calculista. Ele precisa pagar pela frieza e pela crueldade com que tirou a vida da minha neta. Foi algo de uma brutalidade indescritível, sem palavras”, desabafou.
Segundo as investigações, Louise voltava da escola quando percebeu estar sendo seguida por um carro. Ela pediu ajuda a uma amiga, que a acompanhou até em casa. Mesmo após o carro deixar a rua, pouco depois, a vítima foi surpreendida pelos disparos.
Duas testemunhas identificaram um homem de estatura média, vestido de preto, como autor dos disparos. A perícia balística confirmou que a arma usada no crime era uma pistola encontrada com Albino, junto de máscaras, luvas e munições.
Conforme o Ministério Público, o réu monitorava Louise há cerca de sete meses, após vê-la em uma academia. Ele teria mapeado os hábitos da vítima, observando suas redes sociais e seus deslocamentos. A acusação sustenta que Albino agiu com motivo torpe e impossibilitou a defesa da jovem.
“O que mais queremos é que ele seja julgado, condenado, e que pague pelos crimes que cometeu. Porque não foi só com a Louise”, afirma. “Já vai fazer quase um ano de espera por esse julgamento. Não está sendo fácil. Mas eu acredito que ela será feita, sim, [a justiça], em nome de Jesus”, completou dona Giovânia.