O novo julgamento de Albino dos Santos Lima, conhecido como o “serial killer de Maceió”, terminou nesta quinta-feira (13) com mais uma condenação: 24 anos, 11 meses e 8 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato de Beatriz Henrique da Silva e pelas lesões corporais causadas ao filho dela, de apenas quatro anos.
Com a sexta condenação, Albino já acumula 150 anos de prisão por homicídios e tentativas de homicídio.
A sessão ocorreu no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no bairro Barro Duro, em Maceió. Durante o júri, o réu voltou a apresentar falas desconexas e delirantes, afirmando que teria cometido o crime “por ordem do Arcanjo Miguel” e tentando atribuir suas ações a supostos distúrbios mentais.
Em vários momentos, Albino tentou ainda manchar a imagem da vítima, alegando falsamente que Beatriz teria envolvimento com o tráfico de drogas — uma versão já descartada pela Polícia Civil e pela Justiça.
“Eu estava dormindo em casa e o Arcanjo Miguel me acordou. A laje desapareceu, eu vi um fogo vindo de cima pra baixo”, disse o réu, em tom confuso, acrescentando que “não se recorda de parte dos fatos” e que “há casos de loucura em sua família”.
O julgamento
O promotor de Justiça Antônio Vilas Boas classificou a série de crimes cometidos por Albino como “um enredo de terror que parece não ter fim”.
“A acusação segue a mesma linha dos julgamentos anteriores. As justificativas são sempre as mesmas, como um roteiro repetido de horror. Ele está se tornando um caso emblemático na história criminal do Estado”, afirmou o promotor, ressaltando a frieza do réu.
Segundo Vilas Boas, Albino segue um padrão nas execuções: atira sempre na cabeça das vítimas, após estudar seus hábitos e planejar as ações. “Essa característica demonstra premeditação e ausência total de empatia. Ele escolhe, pesquisa e executa”, disse.
O promotor lembrou ainda que o próprio réu confessou o assassinato de Beatriz durante o inquérito policial, acompanhado de advogado.
O crime
Beatriz foi morta enquanto dormia, na Rua Cabo Reis, bairro Ponta Grossa, em 15 de dezembro de 2023. Albino invadiu a casa e atirou contra a vítima, atingindo também o filho dela, de quatro anos, que estava na mesma cama. A criança sobreviveu.
Com essa nova condenação, Albino dos Santos Lima — apontado como um dos cinco maiores serial killers do Brasil — já é responsabilizado por 18 homicídios e seis tentativas de assassinato, todos cometidos em Maceió. Mesmo com possibilidade de progressão de regime, ele deve permanecer ao menos 30 anos em prisão fechada.









