O prefeito reborn de Maceió sumiu no oco do mundo. É o que dizem os adversários de João Henrique Caldas, o jovial JHC, um dos “renovadores” da política brasileira. Mas calma. Ao que parece, é apenas parte de estratégia política de olho no futuro, ou seja, nas eleições de 2026. O mandachuva da capital alagoana é protagonista do suspense quanto ao cargo que pretende disputar – se o Senado ou o governo de Alagoas.

Todo santo dia – mais que isso, a cada hora – sai notícia sobre os movimentos do filho de João Caldas e dona Eudócia. A mãe do prefeito herdou a cadeira de senadora do hoje vice-prefeito Rodrigo Cunha. Como se vê, é um emaranhado de variáveis. Fosse tudo mais simples, JHC já teria declarado a pré-candidatura a governador, e pronto

Porque é isso o que ele sempre quis. Para tocar esse projeto adiante, o influencer de Jaraguá negocia mais uma troca partidária em sua não tão longa trajetória. Ele estreou com um mandato de deputado estadual em 2010. De lá para cá, passou pelo PTN, Solidariedade e PSB, até pousar no PL de Bolsonaro. Sua nova sigla partidária vem aí.

Caso se confirme a mudança, JHC será penta no campeonato de troca-troca partidário. Em média, portanto, a solidez ideológica do prefeito muda a cada triênio. Nada que o desabone. Afinal, diante do quadro que temos em todo o Brasil, ele apenas reproduz um padrão consagrado. Agora, nessa combinação toda, existe o fator Marluce Caldas.

Tia de JHC, dona Marluce é procuradora de Justiça e candidata a uma cadeira de ministra do STJ. A novela sobre sua nomeação se arrasta de modo cansativo desde o ano passado. Depois de integrar a lista tríplice, ela aguarda pela decisão do presidente Lula, a quem cabe a palavra final sobre a escolha. Aí entra a questão do partido de JHC. 

Segundo noticiado à exaustão, a canetada de Lula em favor de Marluce Caldas fará JHC repaginar, de novo, suas convicções políticas. Nesse caso, o prefeito trocaria o PL bolsonarista por alguma legenda da base lulista no Congresso Nacional. A conferir como os devotos mais fanáticos do “mito” vão encarar essa virtual “traição” ao grande líder.

Enquanto os donos do poder, dos cargos e do bilionário fundo eleitoral se acertam entre si, o povão toca a vida do jeito que dá. Para quem acha que está tudo massa, bola pra frente. Conhecem a expressão “falta combinar com os russos”?. É mais ou menos por aí.