A avaliação negativa do governo Lula segue em alta, chegando a 41% dos entrevistados, segundo nova pesquisa Quaest. De acordo com o levantamento, 27% avaliam de forma positiva a gestão do petista. É um panorama nada animador para quem pretende brigar pela reeleição. Mas outra pesquisa, do mesmo instituto, desmonta essa associação automática entre opinião acerca do governo e preferência eleitoral.
Números apresentados pela Quaest mostram Lula na liderança para 2026, em oito cenários de segundo turno testados pelos pesquisadores. O presidente derrota o inelegível, Michele e Eduardo Bolsonaro – para citar os aventureiros da mesma família. A postura do “mito” embaralha o jogo e incentiva a briga na casa da direita.
Quatro governadores perderiam para Lula caso a eleição fosse hoje. Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Junior (PR), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG) variam no percentual, mas todos estariam, em tese, no páreo. Pablo Marçal, que embolou a disputa pela prefeitura de São Paulo, também seria superado por Lula num segundo turno.
O cruzamento das duas pesquisas desautoriza o atestado de morte política para Luiz Inácio Lula da Silva. Esse foi o discurso de Ciro Nogueira e da turma mais celerada no Congresso Nacional nos últimos dias. É a tática de repetir uma sentença – ainda que baseada em nada – e esperar para ver se cola. Se a “narrativa” pegar, o fato já era.
Agora veja quanta gente pelas raias da direita. E todos os nomes interditados pela causa individual de Jair Messias. Em algum momento, a corda vai estourar. A situação dos governadores é dramática – porque, para se candidatarem, são obrigados a deixar o cargo em abril, seis meses antes da eleição. Todos querem uma definição antes.
Menos Bolsonaro. Aliás, Caiado se antecipou e lança sua pré-candidatura nesta sexta-feira 4, num evento em Salvador. A investida racha o União Brasil. A ala governista lembra que o partido ocupa três ministérios. Outro grupo, repara só, considera Caiado um cara meio de esquerda e devota fidelidade a Bolsonaro. Reacionários em pé de guerra.
Sim, o quadro para Lula não é bom. Os dados da pesquisa eleitoral, no entanto, confirmam que ele está em campo na condição de favorito. Está provado que a memória do eleitorado é de curto prazo. Ou seja, o clima no ano da disputa é que é determinante para decidir o voto. Por isso Lula fala tanto em colheita a partir de agora.
A um ano e meio das eleições, segue sendo uma tolice cravar cenários, como fazem figuras da oposição e analistas da velha imprensa. É mais torcida do que avaliações. Por enquanto, o único nome certo (e competitivo) nas urnas é o de Lula. Pela extrema direita, a pancadaria interna está ainda no começo. Cada lado com sua encrenca particular.