A porcaria na foto acima é Tarcísio de Freitas com o boné para bajular Donald Trump. Bajular o presidente americano ajuda a pescar votos no bolsonarismo. Esse é o cálculo na cabeça do governador paulista, o mesmo cálculo que fazem demais setores na órbita de Jair Messias. Uns mais, outros menos, arrivistas de ontem e de hoje tentam se equilibrar entre o apoio ao país agressor e o patriotismo de vitrine.

Ao fim e ao cabo, como se escrevia nos romances de antigamente, vai tudo terminar em eleição. Ou melhor, na crise do tarifaço, o que todos investigam é uma coisa apenas: quem ganha e quem perde na disputa eleitoral? Falta muito e falta pouco para o encontro com as urnas. Parte do jogo de 2026 pode estar sendo decidida agora.

Para a direita em geral, e para o bolsonarismo em particular, parece haver o desafio de uma sinuca de bico. Ou bem prestam vassalagem ao anúncio doidaço de Trump ou defendem a economia e as empresas brasileiras. As duas coisas ao mesmo tempo? Ideologia da Terra Plana. A tarefa do marketing dessa turma não é das mais simples.

Vendo assim de longe, as esquerdas em geral e lulistas em particular estão pulando carnaval. Depois de ficar no alvo as 24 horas do dia, governo e Lula deram uma virada e tanto. A ironia é que o gatilho para a recuperação de apoio foi disparado pelo inimigo. A tarifa impossível para os produtos nacionais despertou a fúria popular.

Se não isso, é quase por aí. Voltamos até ao debate sobre viralatice. Na relação entre nações, o Brasil não pode rastejar diante de potências econômicas. A sabujice de Bolsonaro, Tarcísio e assemelhados provoca repugnância. A vida é assim.

Difícil, portanto, convencer o eleitorado de que o lado certo de uma briga é o lado do seu adversário. Ainda mais quando esse adversário age com petulância, boçalidade e desrespeito. Ninguém aprova esse comportamento. Isso pode decidir uma eleição.

A crise deflagrada por Trump em nome de Bolsonaro está em andamento. É cedo. Mas, na largada, bolsonarismo e direita histérica saem perdendo. Lula respira e mostra energia. Nas próximas horas, teremos novidade. E os efeitos chegarão com força a 2026.