Secretário de Saúde no furacão da pandemia foi o campeão de votos entre deputados eleitos

05/10/2022 09:04 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Titulares de secretarias de peso em governos estaduais ou em prefeituras geralmente têm boas chances numa disputa eleitoral. Não é uma regra da ciência política, mas diria que é quase isso. Claro que depende de uma série de aspectos combinados. 

Depende por exemplo de quanto tempo alguém fica num cargo – afinal não dá pra mostrar serviço numa gestão-relâmpago. Conhecimento de causa e competência devidamente auditáveis no currículo sempre ajudam. 

Vale para aqueles que assumem ministérios no governo federal. E isso nada tem que ver com ideologia. As urnas do último domingo atestaram de modo eloquente a força dessa tradição: não sei quantos ex-ministros de Bolsonaro conquistaram cadeiras na Câmara e no Senado.

Novidade zero, diria o leitor, com razão. Mas é que pensei nisso diante da lista dos 27 eleitos para a Assembleia Legislativa alagoana. Aconteceu de novo. O futuro deputado estadual Alexandre Ayres (MDB) comandou não uma, mas duas secretarias de Estado, nos dois mandatos do governador Renan Filho (MDB). 

Primeiro esteve à frente da pasta do Meio Ambiente. E depois, entre fevereiro de 2019 e abril de 2022, foi secretário de Saúde. Três anos de gestão com uma tragédia pelo meio – a pandemia de Covid-19. O ineditismo daqueles dias de tormenta botou em xeque a qualidade geral de gestores públicos. Ayres teve conduta à altura do desafio.

Além de conquistar o mandato, ele foi o mais votado entre os 27 eleitos, com 61.142 votos. Estreante na rotina parlamentar e no jogo sem fim da política partidária, o ex-secretário é de uma família com atuação na vida pública. Advogado, com 41 anos de idade, exerceu diferentes cargos ao longo das últimas duas décadas.

Vendendo o peixe dos fortes investimentos na área, principalmente com a inauguração de hospitais, Ayres teve estrutura forte de campanha para se comunicar com o eleitor. Mas não tenho dúvida de que seu trabalho na secretaria foi decisivo para o êxito nas urnas. Espero que, agora como deputado, mantenha o padrão.

(Para a Assembleia vai outro ex-secretário de Saúde, o médico José Wanderley Neto (MDB). Se bem que, nesse caso, quase ninguém mais lembra disso, porque ele exerceu o cargo na década de 1990, no trágico governo de Divaldo Suruagy. Outro tempo, outra conversa).

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