Atualizada às 09:54

O promotor Dênis Guimarães afirmou na manhã desta quarta-feira (15) que a alagoana Cléa Fernanda Máximo da Silva, julgada hoje pelo assassinato do marido, o italiano Carlo Ciccheli, agiu motivada pela “ganância financeira”.

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O promotor diz ainda que a alagoana cometeu o crime devido ao conflito financeiro que existia entre o casal. Dênis Guimarães alega que a mulher agiu com brutalidade e ocultou o cadáver durante trinta dias dentro da própria residência. “Não existe dúvida que ela cometeu o crime motivada pela ganância financeira”, diz. 

Questionado sobre a pena, ele explica que pode chegar até 33 anos, mas é pouco provável que atinja o limite máximo já que a ré é primária.  “Não temos como precisar a quantidade da pena porque a condenação depende dos jurados, mas a gente vai brigar para que havendo condenação a pena seja justa”, afirma. 

O crime ocorreu no bairro da Ponta Grossa, em Maceió. De acordo com o laudo pericial, a vítima foi atingida por instrumento contundente na cabeça, lesão por instrumento perfurocortante, com sinais de extravasamento de grande quantidade de sangue antes da morte.

De acordo com as informações do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), foram indicadas 12 testemunhas no total, mas uma parte não foi encontrada e a expectativa é que o depoimento delas seja dispensado. Ainda hoje devem ser ouvidas seis testemunhas. 

Ainda conforme o TJ, as estemunhas do MP são José Cláudio Abreu de Oliveira, Eliza Rogato Farias e Antônio Emílio Cicchelli. Já as testemunhas da Defesa são Maria de Fátima Silva, Ana Cândida Felix da Silva, e Gisela Lima Conti.

Defesa diz o contrário

Na defesa da acusada, a advogada Julia Nunes da Associação AME relata que a ré era vítima constante de diversos abusos praticados pelo acusado durante o relacionamento. 

De acordo com a presidente da AME, Julia Nunes, a mulher nunca teve a intenção de assassinar o marido e que o crime foi praticado para salvar sua vida. Durante o relacionamento, Cléa relata que foi estuprada, obrigada a se prostituir e ainda a fazer um aborto.