Demagogia, ataques e denúncias marcam a campanha eleitoral em todo o país

15/11/2021 10:47 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Os candidatos estão na praça há algumas semanas. De lado a lado, as acusações marcam as eleições em todo o Brasil. A campanha segue os padrões conhecidos por todos nós. Tem acusação de falta de transparência com as contas que devem ser públicas. “Vamos abrir essa caixa preta”, denunciam os opositores. Há também os gestores apontados como omissos diante das barbaridades do governo Bolsonaro. 

A turma da situação garante que a gestão em andamento é uma maravilha e, por isso mesmo, merece um novo mandato – seja com a reeleição do atual ocupante do cargo ou com um nome aliado. Já os adversários dizem ser urgente uma ruptura com o estado de coisas, marcado por conivência com ações nefastas da política, autoritarismo e administração obscura no orçamento da máquina.

O mais grave, no entanto, talvez seja a reprodução dos métodos mais deletérios de disputa. Há grupos eleitorais que não dispensam a chamada candidatura de laranjas. É aquele velho método de escalar um concorrente apenas para detonar um rival com chance real de vitória. Em outras palavras, o laranja é o candidato de mentirinha, financiado para tocar o jogo sujo, em nome de uma “causa” inconfessável.

Outra marca das eleições nacionais é a farra de dinheiro que se vê nas campanhas de meio mundo de candidatos. Em todos os estados do país, as chapas concorrentes se abrigam em comitês suntuosos, instalados nas áreas mais valorizadas das capitais, em imóveis cujo aluguel bate em cifras milionárias. É o caso de Alagoas. Quem paga essa conta? Nada se sabe sobre a aplicação dos “fundos eleitorais”.

É uma pena que a briga pelo poder termine por escantear o que realmente interessa numa hora dessas. Os candidatos gastam o tempo com ações e palavras que sintetizam o pior da parlapatice e da demagogia. De repente, postulantes ao cargo em disputa parecem milagreiros com promessas típicas dos salvadores da pátria. Ao lado disso, predomina o mais raso corporativismo em detrimento das demandas da coletividade.

O dia da votação está bem aí. Pelo panorama resumido nos parágrafos acima, ainda não será desta vez que teremos uma eleição à altura dos desafios que o país enfrenta. Reitero que em Alagoas o quadro é tão desanimador como nos demais estados. Tomara que, num futuro breve, a disputa pelo comando da Ordem dos Advogados do Brasil seja mais decente. O contrário de agora.

(Advogadas e advogados votam para presidente da OAB-AL na sexta-feira, 19 deste novembro. Em dias próximos ocorrem as eleições nas demais unidades da federação. E no dia 25 tem a eleição para a presidência nacional).

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