Os caciques da política alagoana e os destinos do Brasil

31/10/2021 15:34 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Um fenômeno da vida pública brasileira volta a chamar atenção da imprensa nacional, agora em reportagem da Veja. O fenômeno: o peso de Alagoas no xadrez político do país. Como destaca o texto assinado por Hugo Marques, o tamanho territorial e a dimensão econômica do estado não combinam com o lugar de protagonismo na atuação de lideranças por aqui forjadas. 

Mais uma vez, nomes da política alagoana estão no centro dos embates e decisões que desenham o destino da República. Mais ou menos por aí. O senador Renan Calheiros retornou com tremenda força aos holofotes após emplacar o cargo de relator da CPI da Pandemia. É algoz e inimigo número um do presidente Bolsonaro. 

Já o deputado federal Arthur Lira virou presidente da Câmara e é tido hoje como uma das figuras mais influentes nas esferas do poder. Para resumir seu cacife, Bolsonaro está refém do parlamentar, líder maior do imbatível Centrão. Nesse aspecto, os dois alagoanos estão em lados opostos na parada nacional – o que não significa igual posição nas disputas alagoenses.

As eleições estaduais e a corrida presidencial embaralham e tumultuam as escolhas dos caciques alagoanos. O governador Renan Filho joga papel decisivo aí, como ressalta a Veja, porque deve renunciar ao cargo em abril para disputar a única vaga no Senado. Para a revista, o governador faz suspense e não descarta a hipótese de cumprir o mandato até o fim, o que o deixaria fora das eleições.

É o sonho do senador Fernando Collor, que terá de disputar a reeleição contra um nome duríssimo – o governador é favorito em todas as pesquisas conhecidas até agora. Mas ninguém acredita que Renan Filho desista de tentar a cadeira de senador em 2022. Ao que parece, as costuras caminham sim para a previsível candidatura. Caso renuncie, haverá eleição indireta – pela Assembleia Legislativa – de um governador-tampão. Ainda tem essa!

Nas últimas semanas, outros veículos, como Folha e O Globo, publicaram reportagens sobre o mesmo fenômeno político aqui dessas bandas. Como também lembra a Veja, tudo começou com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, passando pelo explosivo governo Collor. 

A antologia das participações das Alagoas no faroeste caboclo brasileiro talvez ainda não tenha encontrado a merecida interpretação. É por isso que, a cada temporada, lá estamos nas manchetes e primeiras páginas da velha imprensa.

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