Na eleição para governador, o exotismo de um “candidato da Assembleia”

26/10/2021 11:31 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Um ano para as eleições gerais de 2022. As especulações naturais dessa época apontam os primeiros grupos e nomes na briga pelo voto. Em jogo no âmbito estadual, na disputa majoritária, a cadeira de governador e uma vaga no Senado. Duas paradas que prometem emoções. Como o CADAMINUTO já informou, uma novidade é “o candidato da Assembleia” ao governo. Seria o deputado sertanejo Paulo Dantas, cuja família faz parte de capítulo lendário na vida pública alagoana. Mas esta é outra conversa.

Candidato da Assembleia... É um exotismo instantâneo. Não é a primeira vez que algo assim acontece nas costuras por alianças de ocasião. Mas, que eu lembre, semelhante ideia nunca se viabilizou pra valer. Desde 1982, quando voltaram as eleições diretas para governador, até os dias que atravessamos, jamais houve uma candidatura “da Assembleia”. Até porque não faz sentido nenhum.

Sim, todo deputado apoia algum nome para governo e Senado. Combinados e coligações formais estão aí para isso. Muito diferente, no entanto, é o que se fala sobre o acordo que envolveria a montagem dessa alternativa hoje, chefiada por um grupo de parlamentares. Na verdade, quase todo o parlamento estaria no pacote eleitoral, em harmonia também com o governador Renan Filho.

Não conheço detalhes, não sei de bastidores. Comento, reitero, a notícia do CM. É bom ressaltar que tem Marcelo Victor, atual presidente da ALE, no meio da maquinação – além de toda a Mesa Diretora. Mas quem é Paulo Dantas? Por que os caciques da Assembleia deliram que podem decidir isso e aquilo para fabricar e impor um candidato? E, não menos inquietante, o ex-prefeito de Batalha, em primeiro mandato na ALE, tem voto para governador? Precisa antes combinar com os russos.

Para o Senado, uma só cadeira e alguns postulantes. Nomes de peso. Candidato natural é o governador Renan Filho, líder nas pesquisas até aqui divulgadas. Seu principal adversário, Fernando Collor, terá de suar na tentativa de renovar o mandato. Para Collor, será a terceira e a mais dura eleição por um assento no Senado da República.

O ex-presidente tem como grande parceira a carcaça tóxica de Jair Bolsonaro. Parece arriscado. O miliciano do Planalto tem rejeição estratosférica em Alagoas, assim como em todo o Nordeste. Não é nada saudável chegar perto dessa tranqueira. Mas imagino que, nessas condições, o candidato domine a arte de beber na fonte dos benefícios sem perigo de contaminação letal. Lá na frente a gente confere.

Ainda sobre a disputa pelo governo de Alagoas, até agora não pintou um nome considerado favorito. É um cenário oposto ao que se viu nas duas últimas eleições: em 2014, Renan Filho levou no primeiro turno com 52,16% dos votos válidos; e em 2018, se reelegeu também no primeiro turno, com um arrastão de 77,3% da votação. Para 2022, o clima esquenta, mas, a um ano da boca da urna, muita calma na hora de projeções e apostas.

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