Durante o julgamento de quatro acusados no envolvimento no sequestro e assassinato de Abinael Ramos Saldanha, ocorrido em 2016, Alexandre Gomes, então chefe da vítima e de um dos responsáveis pelo crime, Ericksen Dowell da Silva Mendonça, confirmou que Ericksen desviou mais de R$ 28 mil da empresa.
Além de Ericksen, questão sendo julgados Deivison Bulhões da Rosa Santos, Jonathas Barbosa de Oliveira e Jalves Ferreira da Silva. O júri popular acontece no Fórum de Rio Largo e está sendo conduzido pela juíza Eliana Machado, titular da 3ª Vara Criminal de Rio Largo.
Também ouvida como testemunha, a noiva da vítima, Elayni Kelly Oliveira de Medeiros, contou que questionou a Ericksen sobre o paradeiro do noivo. Os três trabalhavam na mesma empresa.
Segundo Kelly, Ericksen, que além de colega de trabalho era amigo de infância de Abinael, participou das buscas e de grupos de orações. Depois o acusado disse a ela que o noivo deveria ter “viajado”.
Outra testemunha, Wallei Ramos Saldanha, irmão de Abinael, contou que a mãe era dependente da vítima e ficou depressiva após o assassinato.
A previsão é que o julgamento somente seja encerrado na quarta-feira (27), segundo juíza Eliana Machado. Devido a pandemia, o público não pode acompanhar presencialmente o julgamento.
A família aguarda a condenação dos acusados, principalmente de Ericksen que foi apontado como o autor intelectual do crime.
A denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP/AL), o crime ocorreu após a vítima descobrir que Ericksen desviava valores da empresa em que trabalhavam. Abinael foi sequestrado ao se deslocar da casa da noiva para sua residência e levado para as proximidades da Usina Santa Clotilde, em Rio Largo, onde foi assassinado a tiros.
Ainda segundo o MP/AL, após o homicídio, os acusados atearam fogo no carro da vítima. O celular de Abinael chegou a ser furtado. O corpo da vítima só foi encontrado sete dias depois do crime.
A denúncia aponta Ericksen como o autor intelectual do homicídio. De acordo com o MP/AL, o acusado contratou Deivison por R$ 6 mil para cometer o assassinato. Deivison, por sua vez, subcontratou Jalves e Jonathas para que estes pusessem em prática o plano de assassinar a vítima, ocultar o cadáver e incendiar o veículo.
Em depoimento, Ericksen, Deivison e Jalves confessaram envolvimento no crime. Já o réu Jonathas negou participação no caso.
Todos os acusados foram pronunciados e estão sendo julgados por homicídio triplamente qualificado (mediante paga, dissimulação e para ocultar o cometimento de outro crime), ocultação de cadáver e dano qualificável (pelo emprego de substância inflamável). O réu Jalves Ferreira da Silva também será julgado pela prática de furto.
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