A Justiça alagoana manteve a prisão dos cinco policiais militares acusados de envolvimento na morte do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva, 32 anos, que desapareceu, em outubro de 2020, após uma abordagem policial no bairro do Jacintinho.

Com a decisão, do juiz Ewerton Luiz Chaves Carminati, da 7ª Vara Criminal da Capital, publicada nesta quarta-feira (20), os militares Fabiano Pituba Pereira, Filipe Nunes da Silva, Jardson Chaves Costa, João Victor Carminha Martins de Almeida e Tiago de Asevedo Lima, seguem presos.

O magistrado indeferiu o pedido de liberdade provisória e reavaliou a prisão preventiva dos réus.

Em sua decisão, o juiz ressaltou que a materialidade do delito está suficientemente demonstrada pelos relatos das testemunhas e que a prisão preventiva dos acusados é a medida para garantir a ordem pública, uma vez que “os acusados são agentes públicos, que andam munidos com armamentos fornecidos pelo Estado e, por isso, podem, eventualmente, coagir testemunhas e declarantes, mediante violência ou grave ameaça, colocando em risco a instrução processual”.

O juiz Ewerton Luiz Chaves Carminati  também destacou na decisão que o modus operandi dos acusados, conforme informações dos autos,  que os "Policiais Militares, no exercício de suas respectivas funções, sequestraram a vítima, submeteram ela a uma sessão de tortura, e, em seguida, a assassinaram, ocultando o seu cadáver posteriormente, o qual, frise-se, até o momento não foi encontrado”.

O caso

Conforme informações de familiares de Jonas, o servente de pedreiro foi abordado e preso pelos militares no dia 9 de outubro do ano passado, na Grota do Cigano. Ele foi atingido com spray de pimenta e colocado no porta-malas da viatura.

Ainda segundo os parentes, pouco antes da prisão, três policiais estiveram na casa de Jonas dizendo que tinham mandado de prisão. Jonas foi levado para a viatura e não foi mais visto desde então.

Em março deste ano, cinco militares suspeitos de envolvimento no desaparecimento do servente de pedreiro foram presos. Em abril, os acusados foram indiciados por sequestro qualificado, tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Os militares Fabiano Pituba Pereira, Filipe Nunes da Silva, Jardson Chaves Costa, João Victor Carminha Martins de Almeida e Tiago de Asevedo Lima, estão presos desde o final de março.