O novo alicerce da saúde pública em Alagoas

02/03/2021 12:00 - Filipe Valões
Por redação
Saúde pública fortalecida e humanizada - Foto: Fellipe Chargel - Sesau/Alagoas

Em um dos mais conhecidos versículos da Bíblia, é dito que o homem prudente constrói sua casa sobre a rocha, mantendo assim a sua morada mesmo diante de ventos fortes e enchentes, enquanto alguém que faz seu lar sobre as areias perde tudo na primeira chuva forte.

A mensagem é clara e incontestável, independente de seguirmos ou não a fé cristã, de acreditarmos ou não nos textos bíblicos. Firmar alicerces, planejar e fortalecer estruturas, é mais do que cuidar do hoje, do agora. É se prevenir contra o inesperado. E é possível dizer que, em Alagoas, houve prudência em relação à saúde pública.

O caso em questão: um dos estados da federação brasileira que mais sofre com problemas crônicos, de décadas, está resistindo com equilíbrio ao avanço da pandemia que assola o Brasil. A “estrutura” da saúde pública estadual em Alagoas surpreende, mas, se olharmos com atenção para as ações do governo do Estado nos últimos anos, talvez não seja exatamente uma surpresa termos resultados positivos.

A saúde pública em Alagoas nunca foi um dos pontos fortes em nenhuma gestão governamental. Sobrecarga em unidades de atendimento, dificuldades financeiras, um acúmulo de problemas que levou governo após governo a manter um ciclo lamentável, sem avanços, apenas enxugando gelo e correndo atrás do prejuízo. Mas, da mesma forma como apontamos erros e falhas, é preciso reconhecer quando a gestão acerta. 

Com a vantagem de estar em seu segundo mandato, o governador Renan Filho teve condições de trabalhar no alicerce necessário para firmar a estrutura que hoje resiste ao inesperado de uma doença que já se espalha pelo mundo há mais de um ano e que, em um dos estados com menor PIB do Brasil, conhecido por suas desigualdades e mazelas, consegue se manter com indicadores menos graves do que outros, mais desenvolvidos e com mais recursos. Todas as ações dos últimos 6 anos, no âmbito da saúde pública, tinham como meta transformar para melhor a realidade que a população, os profissionais da saúde e os gestores, enfrentam diariamente. Mas acabaram servindo, eventualmente, para refrear o avanço do vírus Covid-19 sobre os alagoanos.

A construção de oito novos hospitais, quatro deles já em funcionamento e outros quatro em construção na capital e no interior, começou a ser planejada já em 2015, contando com verba do FECOEP, uma proposta que chegou a ser criticada por diversos setores. Mas, em última análise, foi a decisão mais acertada. As estruturas físicas de atendimento serviram, com a chegada da pandemia, não apenas aos alagoanos, mas até mesmo às vítimas do coronavírus em outros estados, a exemplo do Amazonas, cuja capital, Manaus, teve colapso do sistema público de saúde e precisou transferir pacientes. Alagoas disponibilizou 35 leitos, ajudando a salvar vidas.

Hospital Metropolitano em Maceió - Foto: Catarina Magalhães - Sesau/Alagoas

 

Mas não foram apenas os prédios onde funcionam os novos hospitais que fizeram a diferença em 2020 e agora em 2021. As melhorias constantes, em todos os âmbitos da saúde pública, permitiram que médicos, enfermeiros e todos os demais profissionais da área pudessem combater na linha de frente com resultados cada vez mais positivos, se comparados aos outros estados brasileiros e à própria história da saúde em Alagoas.

A ampliação da rede de atendimento, com quatro UPAs entregues e duas em construção com o suporte necessário para a atuação dos profissionais, é uma vitória da população de Maceió. Todas construídas e equipadas pelo governo do Estado, sendo duas delas mantidas atualmente pela Secretaria de Estado da Saúde e duas pela Prefeitura de Maceió. Iniciativas como essa contribuíram para desafogar o HGE e outros locais de atendimento, o que eventualmente fez a diferença durante a pandemia.

E o próprio planejamento, a organização do sistema público de saúde, se mostrou eficiente e pronto para lidar com um evento tão inesperado quanto devastador. As orientações, a comunicação, a forma como as medidas preventivas e de quarentena foram conduzidas, são prova de que, em Alagoas, já havia um fortalecimento dessa estrutura que é a saúde pública.

Claro, ainda assim, a doença atingiu os alagoanos, lamentavelmente temos casos de infectados e mortos. Os próprios problemas da saúde pública ainda existem, mesmo em menor escala. Mas é visível que deixamos de improvisar e remendar. Alagoas tem cuidado, resolvido e avançado. Estamos vencendo essa batalha. 

E, se pra quem está fora é surpreendente ver um dos menores estados do Brasil enfrentando a pandemia melhor do que os maiores, pra quem vive aqui não há surpresa. Nós sabemos que a saúde tem sido reconstruída com prudência, sobre a rocha da responsabilidade. Por isso, estamos firmes.

*NOVA REDE HOSPITALAR ESTADUAL: 

  • HOSPITAL DA MULHER - Maceió - Funcionando
  • HOSPITAL METROPOLITANO - Maceió - Funcionando
  • HOSPITAL DO NORTE - Porto Calvo - Funcionando 
  • HOSPITAL DA ZONA DA MATA - Funcionando 
  • HOSPITAL DO ALTO SERTÃO - Delmiro Gouveia - Finalizando obra
  • HOSPITAL DO MÉDIO SERTÃO - Palmeira dos Índios - Anunciado
  • HOSPITAL DA CRIANÇA - Maceió - Em obras
  • HOSPITAL DO CORAÇÃO - Maceió - Em obras

*UPAS ENTREGUES EM MACEIÓ:

  • UPA DO TRAPICHE - Funcionando
  • UPA DO BENEDITO BENTES - Funcionando
  • UPA DO JACINTINHO - Funcionando
  • UPA DO TABULEIRO DO MARTINS - Funcionando
  • UPA JARAGUÁ - Em construção
  • UPA SANTA MARIA - Em construção

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