
Alagoas é um reduto de histórias vividas , construídas e contadas de resistência do povo preto .
Resistência centenária ao poder opressor que constrangia nossos corpos e vidas ao escravismo cotidiano.
Alagoas é a pátria maior da liberdade preta, mas, nós , pret@s palmarin@s, ainda desconhecemos os passos que levam à caminhos do fortalecimento coletivo.
Somos,passionalmente, surd@s ao diálogo que dialogue com nossas diferenças diversas .
Sabe aquela coisa do UBUNTU?
Nunca fomos escrav@s. Fomos escravizad@s pelo sistema.
E, o sistema é bruto e nos mata todos os dias.
Alagoas é uma garganta preta travada , que se auto-sufoca com gritos mudos de um povo conformado, com núcleos afros, em órgãos públicos, em quartinhos cheirando a mofo.
Núcleos solenemente ignorados pelo poder público!
Nossos passos pretos são tímidos, medrosos, apartados, ainda enraizados à política da colônia que nos educou para , as cisões entre nós, as represálias ( chicotes contemporâneos) , o auto-ódio.
O racismo é um crime perfeito- já dizia o antropólogo nKabengele Munanga.
Marchamos, nós, pret@s alagoan@s da terra preta dos Quilombos dos Palmares para uma involução danosa?.
Enquanto, várias capitais brasileiras festejam a posse de pret@s nos parlamentos municipais , na terra do quilombo reluzente ( eita, Zumbi!) assistimos apátic@s a repetição da história hegemônica.
A revolução preta vai acontecer quando desconstruímos a torre de babel , ( os quartinhos entre segmentos díspares) na qual nos isolamos, como escudo de proteção contra outros pretos inimigos, ensinados pelos branc@s.
Nessa nova era precisamos produzir novos modos de ser, estar, sentir, pensar e nos perceber pret@s na coletividade alagoana.
Descolonizar!
Precisamos construir e fortalecer a consciência entre pret@s , enfatizando os impactos do racismo nas subjetividades negras.
O racismo é um camaleão poliglota!
O auto-ódio nos leva para contra-mão da história.
Salve, Marielle!