Fico cismando da janela contando todos os gatos pardos
Faço resgate,do papel amarelado, de um poemeto que escrevi em tempos outros , nos idos dos anos 80. Morava eu em Belém do Pará, a cidade morena.
Cismando
Passo noites sem dormir
olhando o movimento do mundo.
Minha mãe escreve carta pungente falando de saudades.
Não sei o que fazer neste sábado noturno,
sem dinheiro no bolso.
Meu amor citadino tem cio de rua/
compenetrado veste roupa de festa e vai à porta.
Fico cismando da janela contando todos os gatos pardos
ciscando em terreiros alheios.
A nostalgia de dias outros invade esta noite/
faço força para não chorar o sal da vida.
Ânsias de sair correndo e meter o pé na lama.
A tristeza cabisbaixa cisma com o sonho.
Arísia Barros
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