Médicos e outros profissionais da saúde do estado de Alagoas defendem a existência de uma fila única de acesso aos leitos de internação e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), especificamente destinado ao atendimento de casos graves da Covid-19, sejam os pacientes usuários da rede pública ou privada.

Conforme projetos apresentados por grupos de estudos, ficaria sob responsabilidade do Ministério da Saúde (MS) a regulamentação, normatização e comunicação entre a gestão e os órgãos de administração e regulação em níveis estaduais e municipais. 

Ao CadaMinuto, o presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia e médico infectologista, Fernando Maia, afirmou que vê a ideia como uma medida acertada e que além de facilitar na logística na busca por uma vaga, iria contribuir na agilidade para que um paciente possa ser o mais rápido possível internado.
 
“Essa ideia surge em um momento muito importante, pois facilita o direcionamento dos pacientes de maneira rápida para um dos leitos disponíveis. É uma medida acertada e evita com que o hospital tenha que tá ligando para vários locais com a intenção de localizar um leito disponível. Com essa ideia, ajuda muito no tempo resposta que é fundamental para um paciente que apresenta um quadro grave”, disse o especialista. 

Vale destacar que durante a pandemia, o governo espanhol, estatizou, de maneira provisória e excepcional, hospitais privados. Na Irlanda, os hospitais particulares foram abertos para que pudessem atender o público de maneira geral. 

Durante o anúncio desta decisão, o governo irlandês, explicou a medida em uma coletiva de imprensa onde o ministro da Saúde disparou que, “em resposta à crise do Covid-19, não pode haver espaço para público versus privado”. 

Em uma live exibida no YouTube pelo canal, ‘Médicas e Médicos pela Democracia Alagoas’, a advogada Betânia Pereira, destacou que a região Nordeste do Brasil, possui poucos leitos de UTI e criticou o Governo Federal por não ter adotado ações estratégicas antes dos casos chegarem ao país. 

“A maior parte dos leitos de UTI estão no Sul e no Sudeste. No Nordeste, a proporção cai de maneira radical. Normalmente já não existem leitos suficientes, e em meio a uma pandemia, isso fica ainda mais difícil. Essa proposta, é uma proposta humanitária, é uma proposta que tenta salvar vidas”, disse Betânia.

Betânia pontuou também que mesmo que o Brasil adote essa estratégia, devido a quantidade de leitos, ela não será eficaz. “O Brasil foi o primeiro país que alertou a OMS sobre a possibilidade de pandemia e não efetivou nenhuma estratégia contra esse problema. Os estados não possuem condições de arcar sozinho com esse problema, há um esforço, mas é preciso mais e principalmente por parte do Governo Federal”, finalizou. 

*Sob supervisão da editoria