A paciente Rosana Couto, de 51 anos, enfrenta uma batalha difícil para conseguir realizar uma cirurgia robótica essencial ao tratamento de um câncer agressivo. Apesar da recomendação médica feita por uma equipe multidisciplinar, o plano de saúde Amil tem negado a cobertura do procedimento.
Rosana precisa passar por uma operação para remoção do rim e dos linfonodos na região peritoneal. Devido à gravidade do caso — que envolve processos inflamatórios e aderências —, a cirurgia só pode ser feita por via robótica, uma técnica minimamente invasiva, com menor risco de complicações e tempo de recuperação reduzido.
Segundo Thayssa Couto, irmã e filha de consideração da paciente, a Amil cobre apenas parte do procedimento tradicional, a nefrectomia radical laparoscópica. No entanto, por conta do quadro clínico específico de Rosana, a abordagem robótica é considerada indispensável. Caso a cirurgia precise ser custeada integralmente pela família, o valor estimado é de aproximadamente R$ 55 mil.
“A negativa do plano coloca a vida da minha mãe em risco”, afirma Thayssa. “Ela foi diagnosticada com câncer em maio do ano passado. Passou por uma cirurgia para retirada do tumor e foi considerada curada. Mas, cerca de oito meses depois, as dores voltaram”, relata.

Thayssa também denuncia falhas no acompanhamento médico. Um exame de PET Scan apresentou resultado falso negativo, o que fez a equipe médica desconsiderar os sintomas e atribuí-los a questões emocionais, recomendando somente acompanhamento psicológico — mesmo diante da progressão da doença.
“Foi muito doloroso. Invalidaram minha mãe como ser humano. Ela ficou sozinha no hospital, sem acompanhante, durante quase 70 dias, e usaram esse momento de fragilidade para focar mais no estado emocional dela do que em investigar com empatia e profissionalismo o quadro clínico”, desabafa.
Além da dor física e da rápida evolução do câncer, Rosana também lida com um problema cardíaco, que já chegou a adiar outro procedimento necessário. “Não é fácil ter que vir a público pedir ajuda. É um processo doloroso para toda a família”, lamenta Thayssa.
O maior temor, segundo ela, é o tempo. A família aguarda a formalização da negativa por parte da Amil para entrar com ação judicial, mas cada dia de espera representa um risco adicional para a paciente.
“A gente está muito apreensivo porque não temos muito tempo. Já protocolamos o pedido e estamos aguardando a negativa oficial para ajuizar. E esse tempo é o que mais preocupa, porque, de fevereiro para março, os nódulos aumentaram consideravelmente”, afirma.
O CadaMinuto entrou em contato com a assessoria de comunicação da Amil, que informou estar avaliando o caso. O espaço segue aberto e o texto será atualizado assim que a operadora enviar uma resposta.
*Estagiária sob supervisão da editoria