O movimento #BlackLivesMatter (#VidasPretasImportam) surgiu nos Estados Unidos,após  o assassinato brutal do afro-americano George Floyd, em 25 de maio.
A truculência policial filmada, e que matou Floyd, correu o mundo,gerou uma onda  de protestos, de solidariedade planetária  e ganhou engajamento e voz de vários segmentos sociais. 
No universo artístico brasileiro, o  debate trouxe à tona a cultura negra como manifesto. 
Mas, em Alagoas, terra quase preta do Quilombo dos Palmares, o  movimento não reverberou. Não fez eco. Não mobilizou artistas ,seja nas coxias,camarins,ateliês...
Alagoas é quase preta,mas, o que  vigora nas bandas de cá,  é o pardismo classe média, aquele  que se distancia, convenientemente da discussão, além  da "raça humana.'
Mas, a pergunta que fica é? Por que o a classe artística, em Alagoas, não se posiciona em relação ao racismo estrutural?
O cientista social, Carlos Martins responde: "O racismo é temática que produz mal estar, constrangimento. E há um movimento da sociedade brasileira de invisibilização do assunto, e, em Alagoas isso não é diferente.
Falta a classe artística alagoana um  conhecimento aprofundado sobre o tema. E, a partir deste desconhecimento não consegue  construir /elaborar uma narrativa lógica,a partir de elementos históricos, sociais. Para a classe artística alagoana, o racismo é questão de cor de pele e ponto.
Não há a concepção de que é algo estrutural,um sistema complexo de cultura,um sistema complexo simbólico entranhado nas relações sociais , e o que resta é o distanciamento do tema. 
Se tivessem o conhecimento da questão, incorporariam a luta,produzindo diálogos, sem temer  afugentar fãs, ou  riscos de  deslikes, entretanto,como a maioria da sociedade artistas alagoanos  vivenciam o processo, superficialmente e o superfiacial cria o sentimento de "isso é coisa boba, sem muita importância" e  a consequência  é  o distanciamento"-
sintetiza Martins.
Se a arte tem função social de resgatar histórias, mudar realidades , nestes  tempos volumosos de denúncia das violências, injustiças e desigualdades que acompanham o racismo estrutural, o engajamentos do universo artistico alagoano assume uma importância  gigantesca para produção da  cultura antirracista.
Para além das hastergs temporais.
#VidasPretasImportam para quem?