Em uma tentativa de fortalecer a imunidade para que possam ficar longe da Covid-19, alagoanos foram até as farmácias na busca por produtos como vitamina C e D. Alguns obtiveram sucesso e garantiram seus produtos vitamínicos, já outros não tiveram tanta sorte e tiveram que recorrer a farmácias de manipulação para que pudessem adquirir as vitaminas de uma maneira segura.
Para buscar entender como se deu este aumento, o CadaMinuto conversou com o farmacêutico e sócio proprietário da Ao Pharmacêutico Alagoas, Tadeu Barbosa, que explicou que somente no mês de maio, a empresa registrou um aumento de 285% comparando com o mesmo período do ano passado, no uso de insumos para que pudessem fabricar a vitamina C e assim executar a venda.
“Comparando os relatórios de abril de 2019 com abril de 2020, observamos que tivemos um crescimento de 112% no uso de insumos para produzir a vitamina C de uso oral, já fazendo o comparativo do mês de maio, constatamos um aumento de 285%”, disse Tadeu.
Ainda conforme informações do sócio proprietário da Ao Pharmacêutico Alagoas, a vitamina D também teve um aumento na produção nos últimos meses. “Comparando com o ano passado, em abril, tivemos um aumento de 70% no uso de insumos para produção desta vitamina, mas no mês de maio a demanda disparou e chegamos a registramos um aumento de 475%”.
Tadeu Barbosa explicou que no mês de abril a demanda no mercado farmacêutico brasileiro foi tão intensa que chegou a registrar falta de produtos industrializados e que apesar de sua empresa possuir sempre uma boa margem de estoque, de maneira estratégica, devido à grande procura, o estoque acabou ficando zerado.
“Tem sido uma demanda muito grande pra gente e também para os fornecedores, além disso as transportadoras não conseguem mandar com tanta rapidez. Um Sedex que chegava com 48 horas, tá demorando em média sete dias para chegar”, finalizou Barbosa.
Os riscos do uso em excesso
A professora do curso de farmácia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e doutora em nanotecnologia farmacêutica, Círia Vieira, afirmou que não há um tratamento seguro para prevenir a Covid-19, além das medidas de isolamento social, as pessoas utilizam o que imaginam e o que se comenta que seja bom para o organismo e é o caso da vitamina C, mas faz alertas para aqueles que usam de maneira excessiva e sem uma orientação profissional.
“Todos nós crescemos ouvindo dizer que a vitamina C é um antiviral ótimo, entretanto é preciso fazer o uso desta substância de maneira prudente, pois o seu uso de maneira excessiva pode acarretar na formação de pedra nos rins, náuseas e dores abdominais, devido ao aumento da acidez no organismo”, disse a doutora.
Já sobre o uso da vitamina D, Círia Vieira disse que ela é fundamental para calcificação do organismo, mas também alertou para os riscos que ela pode gerar, caso haja um consumo de maneira descontrolada.
“Estudos apontam que caso o usuário da vitamina não seja portador de doenças autoimune e venha ingerir doses diárias além do que recomendado, que é 2000 UI/dia, ele pode apresentar sinais de intoxicação como náuseas, dores abdominais, vômito, calcificação, hipercalcemia que é o alto nível do cálcio no sangue”, explanou a farmacêutica.
Ao ser questionada sobre quais recomendações ela deixaria para sociedade, a professora universitária e especialista nanotecnologia farmacêutica, se limitou a fazer recomendações terapêuticas e em discurso de paz e esperança por novos dias de tranquilidade, Círia disse que a melhor alternativa é cultivar uma boa alimentação, manter o isolamento social e fazer aquilo que gosta, dando uma maior atenção a saúde emocional.
“Cultive uma boa alimentação, se gosta de cuidar de plantas, vai cuidar de plantas, veja um bom filme, vai ouvir músicas e busquem cultivar coisas boas. Além disso, é muito importante ter fé, esperança, espalhar generosidade para com as pessoas e principalmente, ajudar aqueles que necessitam”, finalizou.
*Sob supervisão da editoria