O sexto boletim do Comitê Científico do Consórcio Nordeste para o enfrentamento da COVID-19 estabeleceu parâmetros para que os estados possam decretar o lockdown diante do crescente número de casos. Para o Fábio Guedes Gomes, Diretor-presidente da Fapeal e Membro do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, a recomendação é para basear os gestores na tomada de decisões diante da pandemia.
Conforme o Comitê, lockdown deverá ser adotado quando os números de leitos hospitalares tenham superado 80% de ocupação e, ao mesmo tempo, a curva de casos e de óbitos seja ascendente.
Segundo Guedes, nenhum gestor pretende chegar a uma situação de fechamento total, mas necessita ter essas orientações para que haja a tomada de decisões, já que isso envolve diversos interesses e impactos.
Guedes afirma que o decreto de lockdown vai depender muito da capacidade de cada estado de fazer a entrega de leitos hospitalares, principalmente de UTIs com respiradores. “Cada Estado tem seu programa de entrega e montagem de leitos e isso vai depender muito da capacidade de cada um”, completou ele.
De acordo com o Comitê, o lockdown é eficaz para reduzir a curva de casos e dar tempo para reorganização do sistema de saúde. “O planejamento do lockdown permitirá que ele seja aplicado de maneira seletiva, isto é, atingindo algumas cidades ou regiões e, também, todas ou algumas estradas. Observe-se que, num lockdown, todas as entradas do perímetro determinado são bloqueadas por profissionais de segurança e ninguém deve ter permissão de entrar ou sair sem justificativa plausível”, destacou o boletim.