Em uma entrevista ao Jornal Folha de São Paulo publicado neste domingo (12), a diretora de ciência e tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e médica cardiologista, Ludhmila Abrahão Hajjar, afirmou que existem sérios riscos no uso da cloroquina na fase inicial do Covid-19 e que a substância não é salvadora como tem sido vista.
“Cloroquina não é vacina. Está sendo vista como salvadora, e não é. Mas se você fala isso, já começa a apanhar porque virou uma questão nacional de pressão. Mas a realidade científica é essa, não tem evidência”, destacou Ludhmila.
A médica contou ainda que há duas semanas esteve junto com uma comissão de especialistas que se reuniu com presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para discutir o uso cloroquina. Ludhmila disse que defendeu junto com os demais pesquisadores sobre a falta de evidência da droga, entretanto, mesmo após ouvir técnicos no assunto ele segue defendendo o uso da substância.
A diretora de ciência e tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), disse ainda que o principal gargalo da pandemia tem sido a falta de estrutura das UTIs brasileiras. “Não é só ter respirador. Quando eu intubo um doente, ele fica 15 dias na UTI. Vai precisar de fisioterapeuta 24 horas, antibiótico. Muitas vezes, morre de infecção, não tem gente para cuidar, não tem profissional, não tem material", afirma.
*Com informações de Folha de São Paulo e sob supervisão da editoria