Quitéria é uma moradora de rua,mesmo tendo família e casa, a rua é seu paraíso, em vida.
Nas caminhadas diárias sempre a encontro, e costumamos juntar palavras numa prosa. É uma mulher preta, alcoólatra e idosa, refém da invisibilidde social. Do nada ter.
Um dia foi mãe do Junior,o cão, seu companheiro fiel. Mas, o Junior sumiu no mundo, e agora caminha só.
Não sei se continua na rua,nesses tempos de isolamento entre quatro paredes. Não sei se Quitéria está em algum alojamento provisório e atravessa uma fase terrível, além do medo coletivo tem a abstinência.
Já foi interna duas vezes. Uma antiga patroa já a acolheu , mas, não tem jeito, a alma dela está viciada com a pseudo liberdade de morar embaixo do céu estrelado ou, de chuvas abundantes.
Quitéria, no meio da rua, é produto do nosso olho indiferenciado, cheio de egolatria, sempre segue adiante.
Estou pensando na Quitéria e na solidão dos mundos que ela vive. Espero, que de alguma maneira esteja bem.

Raízes da África