Por que o povo preto das Alagoas dos Palmares não vota em candidaturas pretas?
Já não é hora dos muitos movimentos fracionados pendurar as diferenças em algum varal no meio do tempo e combinar /articular eleição/votos?
Quem sabe, seja necessário montar um comitê de crise para discutir e aparar as arestas, as diferenças que nos fragilizam, que alargam as gengivas em sorrisos tortos. O que precisamos, de verdade, é encontrar a coalizão de forças.
Precisamos ir além da base das reclamação, ou das passeatas nas ruas. É preciso discutir estratégias, no sigilo das descobertas e dar concretude as ideias.
Quando nos amarramos em nossas vaidades pessoais, o terreno fica fértil para que aventureir@s nos colonize a cada eleição.
Precisamos redescobrir nossa força, tipo Ubuntu!. Entre pardos e pretos somos a maioria da população e hoje temos uma Casa Legislativa e uma Câmara Municipal onde não nos vemos, não nos enxergamos, não temos representantes.
Quant@s destes que estão aí tem encarado a nossa pauta?
O feminicídio que atinge em maior número mulheres pretas?
O genocídio da juventude negra?
O combate ao racismo diário e naturalizado?
Sim, nós não fazemos parte das clãs famílias poderosas, ou temos a botija de ouro, mas, temos algo maior, por excelência, o poder da nossa história/exemplo dos Quilombos dos Palmares, e só isso justifica a luta.
Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento que hoje, 14 de março fariam 106 anos, grandes debravador@s pret@s insistem que sigamos adiante...
Carolina Maria de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil, e é considerada uma das mais importantes escritoras do país e Abdias Nascimento, o ativista negro mais longevo da História do Brasil, cujas cinzas estão depositadas no Quilombo dos Palmares, em Alagoas ( ação iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas)e que teve as primeiras experiências na Frente Negra Brasileira, nos mostram que, nós o povo preto das Alagoas, o primeiro estado negro e livre das Américas podemos fazer Palmares de novo.
Sim, nós podemos!