É manhã de quinta-feira, na orla de Maceió, Alagoas. Apesar do sol morno, a quentura mexe com o juízo. Era o anúncio de que a chuva/temporal estava por vir.
Caminhadeira matinal me faço espectadora do cotidiano,ângulos,lugares,falares e numa dessas espiadas, ouvi quando a mulher chamou o menino:- Vem pra cá, Bolsonaro!
Com certa estranheza me voltei interrogativa para a voz que chamava, e um tanto invasiva faço aproximação e pergunto o nome do menino.
-Bolsonaro e ele tem um aninho- asseverou ela,orgulhosa.
O menino, nos braços da mãe, me olha curioso, e eu mais curiosa, ainda, pergunto: Por quê?
A mulher afirma ser uma homenagem, e, complementa:- quem sabe se um dia ele não acaba presidente?
Retribui com um som oco,meio sorriso enviesado e prossegui a caminhada.
E nessas caminhadas cheias de quase- metáforas saio matutando que o menino, tão pequenininho, não vai carregar só um nome , e sim uma marca registrada e bem complexa.
Para o resto da sua vida.
Esse menino será presidente?
Cai um temporal!

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