O crime que assombra o governo Bolsonaro

21/11/2019 17:26 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Ladrão de celular tem que ir pro pau. A frase é do cidadão de bem Jair Bolsonaro. Foi o que ele disse ao enviar ao Congresso mais um projeto de lei que tenta dar às polícias uma licença para matar. Pela ideia presidencial, agentes da segurança em operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) podem eliminar brasileiros à vontade – ninguém responderá criminalmente por isso. É o mesmo que pretende o ministro corrupto Sergio Moro com seu pacotinho anticrime. Esse é o projeto social que o governo tem para o Brasil.

Beleza. Pensando naquela frase do capitão da tortura, que tal esta pergunta: miliciano assassino também deve entrar no cacete? E mais esta: vigaristas com mandato político que adoram uma “rachadinha” devem passar pelo mesmo tratamento? Se Bolsonaro e Moro tivessem mesmo alguma preocupação com a criminalidade, não seriam assim tão lenientes com as milícias.

O ministro da Justiça tenta sequestrar para sua pasta o caso Marielle Franco. Ao longo de todo esse tempo, o sujeito nunca fez nada para ajudar nas investigações. Agora que o chefe está agoniado com as suspeitas sobre o filhote Carluxo, ele tenta se apoderar das informações do inquérito. A eventual federalização do caso é o caminho para Moro – o capacho bolsonarista – blindar a gang do Planalto.

Desde sempre, o presidente e sua patota fazem piada com a morte da vereadora do Rio de Janeiro. O símbolo desse espetáculo é o deputado que quebrou a placa em homenagem a Marielle. O comportamento do Seu Jair é típico de quem esconde algo sobre o episódio. Afinal, por que esse empenho em desqualificar a vítima? É uma postura que não pode ser vista com naturalidade.

A seita que idolatra torturadores encara uma sinuca de bico: é difícil posar de justiceiro implacável quando se mantém ligações íntimas com notórios criminosos cariocas. Os patriotas são amigos de gente como Queiroz e ex-policiais que comandam grupos de extermínio. O Condomínio Vivendas da Barra era o bunker dos heróis. Bolsonaro explica tudo de modo singelo: são “rolos” inofensivos.

A verdade é que os assassinatos de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes vão assombrar o governo Bolsonaro até o fim. O crime ganhou repercussão internacional, para infelicidade de Moro e assemelhados. O Brasil bolsonariano é símbolo mundial de autoritarismo e truculência.

Apesar do rolo compressor oficial, o clã percebe que não tem como domar todas as instituições. Não ainda. Do mesmo modo, vozes relevantes do meio político e intelectual estão atentas às jogadas nada republicanas de Bolsonaro e vassalos. Por isso, a agonia sacode a quadrilha que está no poder.

Nos últimos dias, a temperatura esquentou pra cima da família presidencial. Dizem que esta é a razão para o sumiço de Carlos, o Zero Dois, das redes sociais. Faz sentido. Doente por fake news, ele não deixaria sua fábrica de sujeira se não houvesse uma forte razão. O medo provoca estragos.

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