Bandidagem bolsonarista e Constituição na privada: a imagem do “novo” Brasil

03/11/2019 18:06 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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O deputado federal Capitão Augusto, do PSL de São Paulo, é uma dessas anomalias que infestam o Congresso Nacional brasileiro. Ele é presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública – nome fantasia da Bancada da Bala. Essa é a turma dos fanáticos pelo armamento geral e irrestrito. A bandeira serve ao desatino mental do grupamento e dá uma força e tanto à indústria bélica. Claro que o discurso dos integrantes da bancada tem todo aquele trololó de proteção à sagrada família. São todos “cristãos conservadores”.

Capitão Augusto vai às sessões na Câmara com os mesmos trajes que usava nas suas estripulias de policial militar. Sempre paramentado para a guerra, cheio de medalhas e penduricalhos sobre a farda, o sujeito confunde o parlamento com os porões nos quais foi mandachuva. A foto que ilustra este texto é uma produção exclusiva desse cidadão de bem, fã de Sérgio Moro e do Jair, dois canalhas.

A Constituição na privada é a imagem dos novos tempos que arrasaram o Brasil. É obra pronta e acabada de celerados bolsonaristas, em todas as suas tendências e variações. É também obra de uma porcaria que se pretende “direita esclarecida”, mas que não passa de uma legião de ignorantes e brucutus. O gesto do Capitão Augusto resume o melhor do pensamento na seita bolsonariana.

O curioso é que esses vagabundos se elegeram com o discurso da moralidade, do combate ao crime e do respeito às leis. Mas o que fazem todos os dias é o contrário do que diziam nos palanques. Bolsonaro e sua turma são especialistas em achincalhes contra o Estado de Direito. Por isso, não surpreende a asquerosa iniciativa de um militar que vira político pra botar a Constituição na latrina.

Num ambiente ultra poluído por ideias que celebram ditadura, tortura e todas as formas de milícia, são naturais o florescimento e a proliferação da bandidagem. E os piores bandidos estão, é claro, nos cargos que fazem parte da estrutura governamental. Os piores bandidos integram o núcleo duro do Palácio do Planalto. Para tocar seus crimes, a Constituição precisa ser descartada.

A semana que passou foi pródiga em falas e acontecimentos que, de novo, atestam o clima de terra arrasada na vida pública brasileira. Houve o vídeo do leão e das hienas; houve o idiota Eduardo, o Zero Três, delirando com um AI-5; teve o Jair enroscado no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Em cada um desses casos, o presidente da República portou-se como um delinquente de quinta categoria. De quinta, sim, o que não diminui sua periculosidade, dado o cargo que ele ocupa. É um delinquente que precisa ser barrado em sua série de delinquências. A lei serve pra isso.

Quase ia esquecendo, tem ainda a promotora do Rio que trocou os códigos legais pela ideologia bolsonarista. Ainda vou escrever sobre ela e também sobre o porteiro que jogou Bolsonaro entre suspeitos no caso Marielle. (A Constituição na privada é sonho dourado dessa gentalha. Resista!).

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