O Setembro Amarelo se foi, e o número de casos de suicído no estado de Alagoas continua crescente, agora bem mais, com a retirada dos holofotes midiáticos.
Desde o ano de 2017, que o Instituto Raízes de Áfricas vem investindo em articulações junto a SESAU visando criar diálogos possíveis, não só para uma maior humanização com o trato do problema, como também para construção de uma política pública eficaz e eficiente de prevenção e auto-cuidados.
Ainda em 2019, o Instituto Raízes de Áfricas esteve em reunião com o secretário de estado da SESAU solicitando uma ampla campanha de educação e conscientização de valorização à vida e prevenção ao suicidio, para estabelecer conversas que sob o tema, com os diversos setores da sociedade mas, infelizmente, não aconteceram desdobramentos produtivos.
Além de importantes palestras, seminários, não ocorreram medidas mais contudentes e necessárias. O gestor da SESAU se fez distante do Setembro Amarelo, mas inexplicavelmente se tornou garoto-propaganda, vestindo camisa e tudo,na inauguração do Hospital da Mulher, em 9 de setembro,do Setembro Verde, ou de uma campanha estadual e substantiva sobre a doação de orgãos. Campanha esta que, ocupou e ocupa o outubro rosa e tem diversos outdoors espalhados pela cidade, como também,distribuição de material informativo , prédios iluminados com a cor verde para chamar a tenção sob o tema, além de anúncios, em diversos nos sites locais.
E daí a pergunta que não quer calar: para o gestor da SESAU uma campanha para doação de orgãos tem mais relevância do que salvar vidas,ou,a prevenção ao suicidio?
Acreditamos que essas duas situações, separadas, são muito tristes e difíceis de encarar. Mas, se trabalhadas juntas, em suas especificidades, criam espaços de valorização à vida.
Suicídio é problema de saúde pública e se o estado de Alagoas não cuida dessa questão se faz omisso.
É omisso, o estado de Alagoas?

Raízes da África