Paulo Excelência, o governador do estado de Alagoas, tendo como pilar a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência- SEPREV lança o Programa Corações da Paz.
Que coisa boa!
A ênfase da atuação da SEPREV é a proteção da sociedade e prevenção à criminalidade.
É fato, alicerçada em inumeras pesquisas acadêmicas, que o grande percentual de jovens socioeducand@s são negros, pobres, periféricos, populações vulnerabilizadas.
Cor x Etnia X Renda x CEP traduzem , explicitamente, o espelho social das ausências flagrantes de politicas públicas, que impulsionam a criminalidade no país continental, e principalmente, em Alagoas, o território negro de Zumbi.
Eita, cala-te boca, nem chegou novembro, o mês dos discursos padronizados da Consciência Negra!
A proposta do Programa Corações da Paz é integrar diversas políticas públicas, com foco no fortalecimento das comunidades mais vulneráveis, é bem legal, mas, aqui abrimos um parênteses para falar de algo que se esconde ( não tão bem escondido assim), no slogan ‘Bandido a gente enfrenta…’ ou seja, sobre mensagem subliminar.
Deixa te explicar uma coisa: mensagem subliminar é aquela que está subentendida nas entrelinhas, ou, quando se faz por associação de ideias, tipo : quando você pensa no termo BAN-DI-DO, associada ao Programa Corações da Paz, qual a imagem que te vem à cabeça?
Pensou?
Bingo!
Viu como você, rapidamente, associou essa imagem ao perfil de uma ‘ bandidagem’ preta, pobre, periférica, que a sociedade segregadora, enche a boca cheia de línguas para afirmar, que bandido bom é bandido morto?
Por que nessa associação de ideias não pensamos no infrator branco, de família tradicional, para o qual a justiça, sem vendas, com uma típica malemolência é condescendente.
-O senhor prefere ficar preso, em Maceió, ou em Brasília?
E afinal, quem é essa ‘gente de bem’, que o governo afirma que vai cuidar?
O Programa Corações da Paz é bom, o slogan não.
É, sublimimente, racista.
Essa análise não é um ponto de vista.
É fato!
Qual a cor do bandido da tua imaginação?