Olavo de Carvalho deu a ordem: tem que soltar a militância pró-Bolsonaro pra cima de todos que sejam considerados inimigos do presidente. Para o filósofo (foto), não adianta brigar por ideias; o essencial é defender o chefe. Os garotões da “nova direita” não perderam tempo e caíram em campo. Um site vigarista, especializado em mentiras no atacado, está cadastrando gente disposta a tal militância. Aqui por Alagoas, mequetrefes “conservadores” se esforçam para uma contribuição ao jogo sujo.

Quem anda divulgando bastidores da seita é o cantor e compositor Lobão, um olavista arrependido. Em suas redes sociais, e também em entrevistas, o veterano roqueiro apontou alguns nomes a serviço da fábrica de fake news – armada no Palácio do Planalto. Os operadores diretos das pilantragens pela internet ganharam cargos no governo, com salário de até 13 mil reais.

Ou seja, eu e você pagamos para que marginais “trabalhem” numa atividade inútil ao país, mas importantíssima para o presidente e sua turma de depravados. E quem são essas pessoas, já carimbadas como a “milícia virtual” de Bolsonaro? É um bando de desqualificados, sem nada no currículo que seja credencial para ocupar postos no topo do governo. Estão lá para servir ao chefe.

A lição de Olavo de Carvalho é clara: nada de suar por projetos e pautas como segurança ou corrupção. Dar atenção a essas coisas, diz o professor, gera divergências e brigas no meio dos próprios governistas. Não. O que importa é defender Bolsonaro incondicionalmente – mesmo que ele garanta que a Terra é plana e exalte a prática de tortura. Ao comandante, tudo é permitido.

Sem querer querendo, Olavo traduz fielmente o que alimenta o ânimo da turma que vê em Bolsonaro o Messias entre nós. É a receita do desastre. O culto à personalidade, o delírio por um redentor e a submissão plena aos desvarios do mandatário não deixam dúvida: o autoritarismo mais abrutalhado é o sonho dourado de multidões. A vocação para ser manada é algo misterioso.

O dado mais complicado dessa operação é a metodologia dos militantes do capitão. É gritaria pra todo lado, xingamentos, palavrões dos mais cavernosos, deturpação dos fatos, ameaças. Os milicianos digitais sabem que a mentira corre mais rápido que a verdade. Com esse norte, a tática é inundar as redes com ataques furiosos a adversários – tudo baseado em informações falsas.

O sujeito que acha normal a convocação de Olavo de Carvalho está naturalmente disposto a qualquer coisa para segurar o presidente no poder. Essa rapaziada do engajamento total e sem ressalvas assinaria embaixo um golpe para manter Bolsonaro até o fim dos dias. Como escreveu o pensador Carluxo Bozo, por “vias democráticas” a coisa não vai. Democracia é coisa de globalistas.