As palavras criminosas de Jair Bolsonaro, o presidente abjeto que celebra a morte

30/07/2019 03:28 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Desde janeiro de 2019, o Brasil passou a ser governado por um sujeito desqualificado em todas as dimensões em que isso é possível. Aqui no blog, ele é tratado como uma lata de lixo ambulante, como sabem os leitores que frequentam este espaço. Nesta segunda-feira 29/07, Jair Bolsonaro conseguiu se superar, provando que, de fato, não há limites para a ignomínia quando estamos diante de uma figura abjeta. Refiro-me, é claro, à fala nojenta sobre o pai do presidente da OAB.

Bolsonaro, o ídolo dos bestalhões e cretinos da “nova política”, atacou a memória de Fernando Santa Cruz, um militante de esquerda que foi preso em 1974 pelos assassinos da ditadura instalada pelo golpe de 1964. Nunca mais foi localizado. É um dos tantos brasileiros “desaparecidos”, vítimas do regime adorado pelo “mito” e sua horda de dementes seguidores. Jamais se viu algo assim.

O alvo do ataque de Bolsonaro era Felipe Santa Cruz, filho do militante assassinado e hoje presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil. Foram estas as palavras do elemento que desonra o cargo para o qual foi eleito: “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”.

Horas depois dos relinchos presidenciais, a reação de entidades e lideranças políticas e da sociedade civil produzia uma antologia de adjetivos para o capitão da tortura. Ele foi chamado, entre outras coisas, de “marginal”, “escória”, “facínora”, “verme”, “cretino”, “criminoso”, “covarde”, “ser desprezível” e “lixo humano”. Esse é o exemplo de homem público para imbecis da “nova direita”.

Quando Bolsonaro abria a boca suja pra vomitar barbaridades, ainda na campanha eleitoral, os seguidores da seita que combate o “marxismo cultural” defendiam o chefe citando seu jeitão “polêmico”. São bobagens de quem fala sem pensar, mas ele não é racista, homofóbico nem fascista, como acusam – diziam os garotões “conservadores”. Polêmica?! E a vovozinha, vai bem?

É um tanto irônico que o ataque mais violento de Bolsonaro aos valores da civilização e do estado de direito tenha como alvos específicos um advogado e uma entidade como a OAB. Aqui mesmo em Alagoas, o presidente da República que exalta a tortura e a morte é admirado por afamados doutores da advocacia – uma infâmia! São os juristas alinhados com o “pensamento liberal”.

Liberdade total, absoluta e sem ressalvas, é no que acredito. Ao lado desse princípio inegociável, o direito à plena defesa é o outro valor sagrado na democracia. Gente que despreza essas garantias previstas na Constituição, em nome de safadezas como crenças partidárias, não merece respeito. Direita e esquerda nada têm a ver com isso. Idolatrar Bolsonaro, o pária, é só uma aberração.

Termino com uma referência a uma obra que já citei aqui. Para quem quiser entender a essência da advocacia – e por que a atuação da OAB pode ser vital na defesa da vida –, recomendo o filme Os Advogados contra a Ditadura: Por uma Questão de Justiça, do cineasta Silvio Tendler. Tá no YouTube. De 2014, eis um trabalho cada vez mais atual – e, nesses dias sombrios, necessário.

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