O mentiroso compulsivo e o “novo” Brasil

22/07/2019 00:20 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Antes de completar sete meses de governo, o vagabundo que ocupa o Palácio do Planalto bateu todos os recordes de mentiras que um homem público já perpetrou no Brasil em igual período. Bolsonaro mente com a naturalidade de um vigarista sem compromisso com os fatos – ainda que esses fatos sejam de conhecimento universal. E isso significa – apenas – que ele segue o padrão que orienta a trajetória de três décadas de velhaca política. Fidelidade à própria biografia suja.

Não existe fome no Brasil. Não há desmatamento na Amazônia e em outras regiões do país. Miriam Leitão não foi torturada pelos vermes da ditadura – aliás, não houve ditadura militar. Trabalho infantil não é problema nenhum. Cidades com mais clubes de tiro são mais seguras do que outras. A facada que recebeu foi uma trama da esquerda. Não existe aquecimento global. Professores são militantes da ideologia de gênero. O BNDES tem uma “caixa-preta”. Petistas criaram o “kit gay”.

Acima, um brevíssimo resumo das pilantragens que esse aliado de milicianos espalhou de janeiro para cá. Algumas das safadezas ele já reproduzia ainda quando deputado federal do baixo clero. Como já escrevi aqui, muitos debatem se há método na evidente insanidade do sujeito. É o que parece. Nos passos de seu ídolo americano, o presidente Donald Trump, ele aposta na farsa.

Mas como isso pode dar certo? A resposta, pensa ele, é a mesma que está na cabeça de seu modelo dos Estados Unidos. Mentir muito. Mentir sempre. E o essencial é contar mentiras acerca de temas que mobilizam os bestalhões de sua seita. Parece que, quanto mais depravado o grau de desonestidade, mais os bolsonaristas se lambuzam no esgoto do “mito” que tanto idolatram.

Combinadas à permanente feitiçaria das declarações fraudulentas sobre tudo, temos as iniciativas oficiais. E aí entram as ideias que, além de cretinas, são erradas. É o que se vê nas ações de ministérios como o do Meio Ambiente, o da Educação, o da Cidadania, o do Turismo e o da Justiça – para citar os casos mais degradantes. As demais áreas não ficam longe desses “campeões”.

No campo da ética, temos uma lista interminável de mazelas que a gang do Bolsonaro dá ao país. Uma das últimas bizarrices é a indicação do maloqueiro Eduardo, o Zero Três, para o cargo de embaixador nos Estados Unidos. Onde foi parar a “meritocracia” que os doentinhos da nova direita viviam a alardear como um dos princípios na administração pública? Ah, agora é diferente!

Não sei... É tudo tão previsível na Terra Plana dos garotões “conservadores”. A patota mais engajada requebra até o chão para justificar as piores canalhices do cabra macho, o milico pelo qual se apaixonaram. Vamos ler o capitão dando uma aula de Ética & Meritocracia, ao falar sobre Eduardo na embaixada americana: Pretendo beneficiar um filho meu, sim! Pretendo, está certo. Tá ok?

Sim, o Brasil mudou bastante em apenas um semestre. E como! Entramos para o primeiro time do ranking mundial de países em que valores democráticos são atacados diariamente. Temos um presidente visto ao mesmo tempo como piada e ameaça às liberdades e aos direitos humanos. A civilização quer distância de meliantes como Bolsonaro – um pária a ser contido em suas infâmias.

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