Cabo Bebeto & Moreno – a dupla da bala que está de olho na Prefeitura de Maceió

17/07/2019 17:03 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Em Alagoas, a “nova política” anunciada pela tropa do capitão Bolsonaro é literalmente um caso de polícia. Por aqui, o PSL, partido do Jair presidente, elegeu Cabo Bebeto para a gloriosa Assembleia Legislativa do Estado. O valente virou deputado com a bandeira do prendo e arrebento, do ataque a direitos humanos e da demonização de toda e qualquer minoria. Segue a cartilha do grande líder.

Além do militar Bebeto, o PSL em Alagoas é presidido por um agente da Polícia Federal, um certo Flávio Moreno. Ele disputou uma cadeira para o Senado em 2018, mas ficou muito longe do sucesso. Leio agora em nossa imprensa que a dupla parece andar se estranhando. O motivo da encrenca é a eleição para prefeito de Maceió. Os dois se acham candidatos perfeitos ao cargo.

Pelo que entendi, a direção nacional da legenda – sob as ordens de um notório cartola do futebol pernambucano – teve de agir para evitar o avanço de uma crise entre os fanáticos bolsonaristas. Por enquanto, Bebeto é tido como o virtual nome para disputar a cadeira de Rui Palmeira pelo PSL. Ou seja, saiu vitorioso aquele que já detém mandato. Moreno, ao que parece, teme o “fogo amigo”.

Consta que o rapaz da PF percebeu algum movimento para derrubá-lo da presidência do PSL alagoano. Para evitar o baque, correu aos dirigentes nacionais em busca de socorro. Um dos consultados foi Luciano Bivar, o tal cartola que é dono da sigla. (Bivar, até agora, se faz de morto diante do laranjal que seu partido armou nas eleições do ano passado). O clima continua pesado.

Essas duas “novidades” da política em nossa província se enquadram no modelo ideal que derreteu o coração da nova direita. Suas “melhores” credenciais podem ser resumidas na defesa do armamento geral e irrestrito e no ataque aos bandidos do marxismo cultural. Com esse tipo de ideia na cabeça, surfam na onda de obscurantismo que tomou o Brasil de assalto.

Naturalmente, Alagoas não inventou essa filosofia política. O Congresso Nacional que saiu das urnas em outubro do ano passado está abarrotado de capitães, coronéis, sargentos e outras patentes do mundo fardado. Há também os eleitos das polícias Civil e Federal, numa bancada cheia de agentes e delegados. A turma defende a ditadura militar e seus métodos de ação.

Se a coisa tá feia, com esses cidadãos de bem na vanguarda, pode ficar tranquilo: temos tudo pra viver tempos ainda piores. O governo Bolsonaro é um naufrágio desde a estreia – e afunda um pouco mais na lama um dia após o outro. Mas nós, aqui em Maceió, podemos ver uma revolução na gestão pública. Bebeto e Moreno não estão pra brincadeira. De tiroteio, eles entendem.

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