Pergunta ao prefeito de Maceió: cadê os milhões de reais para grandes projetos?

20/06/2019 03:06 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Fontes secretas me contam que o clima nos ambientes da prefeitura de Maceió já é de fim de festa. Mesmo faltando um ano e meio para o prefeito Rui Palmeira deixar o cargo, parece que a tal “maldição do segundo mandato” domina a rotina de secretarias e repartições municipais em geral. Quando isso ocorre, é praticamente certo que projetos relevantes acabem largados pelo caminho.

Para ficarmos apenas com a prefeitura, viu-se a mesma coisa nas gestões de Kátia Born e Cícero Almeida, que antecederam Rui no comando da capital alagoana. Nos dois casos, o marasmo tomou conta a partir do sexto ano dos prefeitos no poder. O chefe do executivo acaba contaminado pelo clima de mesmice que domina essa fase cheia de desânimo na tarefa de encarar os desafios.

Talvez por isso a cidade esteja do jeito que está. Se fosse buscar uma imagem para traduzir a gestão de Rui Palmeira, neste momento, escolheria a orla lagunar de Maceió. A região conhecida como Dique Estrada virou um lixão a céu aberto. Até agora não entendi a ordem pra fechar uma das pistas que margeiam a lagoa. Fecharam o trânsito e abandonaram a área. Tem algum maluco na prefeitura?

É preciso lembrar que a revitalização daquela região foi a maior promessa de Rui quando candidato a prefeito. Em dezembro de 2017, ele alegou que empréstimos que liberavam recursos para o projeto estariam sendo sabotados pelo Tribunal de Contas do Estado. Rui chegou a acusar a conselheira Rosa Albuquerque, então presidente do TC, de travar a liberação de uma simples certidão.

Foram essas as palavras do prefeito ao acusar a conselheira de agir por interesses políticos: “Lamentavelmente, os dois empréstimos de Maceió estão presos no Tesouro Nacional, aguardando por uma certidão do Tribunal de Contas do Estado há oitenta dias. Quero afirmar que a presidência do TCE, de forma deliberada, vem prejudicando o município de Maceió”. É o que saiu na imprensa.

Muito bem. Em janeiro de 2018, poucos dias depois do desabafo do prefeito, as certidões cobradas por ele foram liberadas. De lá para cá, temos nada menos que um ano e cinco meses. A prefeitura falava na época de valores na ordem de 400 milhões de reais. Seriam usados para os projetos De Frente para a Lagoa e Nova Maceió, este com ações para a parte alta da capital. Nada saiu do papel.

Já em dezembro do ano passado, em anúncio festivo, a prefeitura informou que o Banco de Desenvolvimento da América Latina estava liberando um empréstimo de 70 milhões de dólares. Os recursos seriam investidos no Programa Revitaliza Maceió – mais um nome fantasia para realizações que, por enquanto, são apenas fantasia mesmo. Alguma explicação pra essa interminável novela?

Diante do quadro atual, acreditar que Rui conseguirá cumprir essas promessas é quase como acreditar em milagre. Além de não haver sinal algum sobre as grandiosas obras, o relógio corre contra o prefeito – a não ser que a prefeitura tenha uma estratégia secreta que ainda não chegou ao grande público. Juntando o calendário apertado ao clima de resto de feira na gestão, a cidade já era.

Escrevo tudo isso baseado em informações e na realidade que se vê na orla lagunar e em outras partes da capital. Se a prefeitura tiver algo a explicar, mostrando como é que estão os projetos prometidos, é só se manifestar. Afinal, os cofres municipais receberam os 400 milhões que estariam garantidos pelos bancos financiadores? A população merece uma resposta transparente e definitiva.

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