Para analisar as manifestações de rua pelo Brasil, o desqualificado presidente da República falou à Record TV na noite deste domingo. A emissora do “bispo” Macedo integra a facção bolsonarista e chapa-branca de veículos televisivos que se venderam ao governo. A Band e a Rede TV fazem parte do consórcio contratado para uma cobertura simpática aos atos e falas do capitão da tortura.

Na imprensa amiga, Bolsonaro repete a lorota de que combate “velhas práticas” da política – e exalta as passeatas que, segundo ele, foram um recado para partidos e lideranças do Congresso Nacional. Tudo isso não passa de conversa fiada. Durante todo o domingo, o presidente gastou o tempo no Twitter repetindo o discurso inflamado da seita que ele controla sem esforço nem argumentos.

Vamos lembrar então as boas e novas práticas que marcam a carreira de Bolsonaro. O adorador de ditaduras cuidou da família na base de coisas como apropriação de salário de servidores contratados para ele e os três filhotes que também vivem da política desde sempre. A famosa “rachadinha” é com eles. O sujeito e sua prole também são amigos de policiais assassinos e integrantes de milícias.

O caso Queiroz é o batom na cueca para a ilibada família do presidente. Fabrício Queiroz, homem de confiança do agora senador Flávio Bolsonaro, é o maior vendedor de carros do mundo, segundo suas explicações pra movimentar milhões por contas bancárias. Aliás, ele é muito mais que operador de Flávio – é peça central nos negócios do clã Bolsonaro. Tem até um cheque para a primeira-dama.

Reportagem da Veja no ano passado revelou a escandalosa mutreta de sonegação de Imposto de Renda do presidente. O padrão financeiro da família é incompatível com a renda de todos eles. Flávio, descobriu-se um dia desses, tem um histórico de negócios nebulosos, pra lá de suspeitos. O cara vive de rolos no mercado imobiliário. Ganha milhões na picaretagem, mas defende “novas práticas”.

Se as manifestações do domingo eram pra atacar o Congresso e o Supremo – e eram isso mesmo –, além de fortalecer Bolsonaro, então pode-se dizer que fracassaram. Sim, porque o único efeito prático que conseguiram foi irritar os presidentes da Câmara e do Senado. Também incomodaram, claro, os ministros do STF. Pode apostar que a vida do governo piora diante desse ambiente.

Uma das imagens das passeatas governistas, dos protestos a favor, foi o boneco de Sergio Moro vestido de Super-Homem. Isso sim é da maior imbecilidade. O tempo passa, o mundo se transforma, e a “nova política” no Brasil quer entregar o país a um super-herói. Herói? Salvador da pátria? Tem ideia mais atrasada do que essa no planeta? Os garotões da direita adoram um cabra macho.