Acabou há pouco, a audiência de instrução para ouvir o réu Henrique Matheus da Silva Souza, acusado de matar o vereador Silvânio Barbosa, na noite do dia 07 de setembro de 2018, a golpes de faca, e que te início na tarde desta quinta-feira, dia 11, na 6ª Vara Criminal, em Maceió. Uma nova audiência para que defesa e acusação exponham suas alegações deve ser marcada.
Com faixas e camisas pedindo justiça, parentes e amigos do vereador realizaram um ato pacífico em frente ao Fórum da Capital, no Barro Duro. O irmão de Silvânio, Celio Barbosa dos Santos disse que espera e confia nas pessoas que fazem a justiça alagoana. “Nada vai trazer o Silvânio Barbosa, mas o que todos nós queremos é que não esqueçam tudo o que ele fez por Maceió”.
Marcela Barbosa irmã do vereador e organizadora do ato ressaltou que o “que nós queremos é justiça, porque meu irmão não volta e queremos a pena máxima porque esse assassino premeditou o crime e deu 26 facadas em meu irmão e a cada depoimento que ele dá ele muda; porém o que não muda é que ele matou e foi um crime cruel”.
Ao falar sobre o acusado Marcela disse que Henrique Matheus “é um covarde, pegou meu irmão num momento desprevenido. Ganhou a confiança dele para poder fazer o que fez. Não é só a família que quer justiça, mas a população, porque Silvânio era um homem público”, concluiu a irmã da vítima.
A primeira testemunha ouvida foi o filho da vítima, Brivaldo Marques Filho onde destacou que o ocorrido foi um crime bárbaro e disse acreditar que o acusado tenha matado seu pai para roubar. “Não há justificativa nenhuma para o juiz não dar a pena máxima”, reforçou o jovem.
Também presente na audiência, a vereadora Silvânia Barbosa comentou que estava não só como parlamentar, mas como amiga do Silvânio. Silvania frisou que a morte do amigo é uma pena irreparável e não tem explicação para esse crime. “Ele deixou órfãos não só a família, mas também todo o bairro do Benedito Bentes e a sociedade; estou confiante que a justiça será feita”, argumentou a vereadora.
Henrique Matheus está recluso no presídio do Agreste e foi ouvido por videoconferência. Na audiência, o magistrado Rodolfo Osório Hermann também ouviu nove testemunhas.
Após a oitiva desta tarde, uma nova audiência será marcada para que o Ministério Público Estadual (MPE/AL) e a defesa de Henrique Matheus apresentem suas alegações , só então a setença será estabelecida.
O crime
O acusado quando preso confessou que, em agosto de 2018, Silvânio teria passado no local onde ele (Henrique) vendia cadeiras e pediu o seu telefone para posteriormente fazer contato e negociar a compra de algum objeto.
A polícia disse que o vereador convidou Henrique para ir até a casa dele, mas não houve relacionamento entre eles. Eles marcaram um segundo encontro e Silvânio foi buscar o rapaz em casa e voltou para o prédio dele, porém o suspeito já tinha premeditado o latrocínio e levou uma faca escondida a intenção de Henrique era de roubar o carro do vereador.
Após pegar Henrique em casa e retornar para sua residência, Silvânio [que estaria enrolado em uma toalha], se aproximou do acusado que desferiu o primeiro golpe na altura do pescoço dele.
Informações da investigação do caso apontaram que o crime aconteceu por volta das 20h30, da quinta-feira, dia 07 e que o parlamentar teria ficado agonizando até às 00h00 e seu corpo foi encontrado na manhã do dia seguinte.
Conforme depoimento do Henrique Matheus da Silva Sousa, Silvânio fez alguns pedidos, como água, um travesseiro para colocar a cabeça e um ventilador.
O síndico chegou a ir até o apartamento do vereador que estava rendido e disse que estava tudo bem.
A prisão
A polícia identificou que o vereador havia recebido uma ligação de um número da Paraíba. Após isso, perceberam que a pessoa que tinha falado com o Silvânio na quinta-feira estaria no município de Pombal.
O delegado Fábio Costa informou que a polícia de Alagoas fez contato com a Polícia civil da Paraíba e a Polícia Civil e Militar que foram até a casa do suspeito. “Eles foram de posse com a informação que passamos: endereço, dados, inclusive fotografia. Após uma entrevista rápida, ele tentou negar a princípio dizendo que tinha conseguido o carro no lava jato, mas a versão foi desmontada e confessou o crime”, ressaltou.
Provas
A Perícia também descartou uma possível reação do parlamentar e uma luta corporal com suspeito.
*Estagiária sob supervisão da editoria