1. O Brasil está prestes a ensinar ao mundo o que afinal é o nazismo. Quem imaginaria que, em 2019, nós estaríamos aqui a dar lições para redimensionar a história universal da infâmia! É o que estão fazendo ministros de Estado, intelectuais, jornalistas e, claro, o presidente Jair Bolsonaro. O grande pensador que lidera esse movimento não poderia ser outro que não o chanceler Beato Salu, também conhecido como Ernesto Araújo. Devo reconhecer a incrível dedicação dos rapazes que descobriram a nova direita - e acham que isso representa algum avanço no modo de vida brasileiro. A insanidade e a vigarice não param de avançar. Nesse projeto, há sites e blogs bancados pelo Erário.
2. A extrema direita (ou o nome que se queira dar a esse lixo) tenta emparedar as instituições, sobretudo o Supremo Tribunal Federal. O governo desqualificado de Bolsonaro aposta nesse caminho para impor suas ideias. Para isso conta com a adesão dos militantes convictos da causa, mas também se vale dos sempre na praça inocentes úteis. Estes embarcam em qualquer onda que reproduza a filosofa do prendo e arrebento. Nessa toada, não importam os fatos, mas o discurso da moralidade de fachada. Os heróis dessa turma são juizinhos de quinta, como Bretas e Moro, dois brucutus bolsonaristas com verniz de grandes juristas. A dupla sonha com voos mais altos.
3. Bolsonaro não tem qualquer projeto para o Brasil. Basta ver como ele trata a reforma da Previdência, tida como a prioridade das prioridades pela tropa governista. Ao menos é esse o discurso repetido todos os dias não apenas pelo ministro Paulo Guedes, mas por gente de amplos setores da sociedade, dentro e fora do governo. Todos defendem a reforma; meio mundo escreve sobre a urgência de mudar as regras para aposentadoria, afinal o sistema está quebrado. Mas nem Bolsonaro nem seus filhos idiotas tratam do tema. Eles só falam de pornografia, globalismo, caça a comunistas e pilantragens afins. Apesar da bizarrice, nenhuma surpresa diante do quadro.
4. Bolsonaro e seus filhotes continuam com a tática da campanha: alimentar sua horda de fanáticos com os mesmos temas diversionistas de sempre. Por aí, o que interessa pra eles é esculhambar a esquerda, incentivar a tara por uma pistola, atacar qualquer voz em defesa dos direitos humanos, patrocinar todo tipo de preconceito, demonizar a escola e professores, pregar lições carolas de um cristianismo de ficção, espalhar mistificações pelas redes sociais. Se tirar o Twitter do presidente e dos garotões, acho que o governo cai de vez. Os patetas não fazem outra coisa a não ser batucar mentiras sem parar. Não se pode esperar nada além disso quando cretinos se apresentam.
5. A reportagem de capa da Veja desta semana acerta em cheio ao radiografar o que a publicação chama de incrível baderna na Educação. O governo como um todo é uma porcaria, mas a Educação traduz de modo perfeito o nível dos governantes que estão no poder há apenas três meses. Nunca houve um governo que, em tão pouco tempo, tenha demonstrado tanta incompetência em todas as áreas. Este é Jair Messias, o mito feito de areia, alguém cujas qualidades só existem para os doentinhos daquela nova direita. Aliás, o ministro colombiano está no cargo, mas já caiu.
6. Um dado que não se pode negligenciar sobre o governo Bolsonaro é o desmedido ódio contra a imprensa. Ao lado da caça aos comunistas, do messianismo religioso e do desprezo pelo universo intelectual, atacar o jornalismo profissional e sério é um princípio de atuação dessa turma. E aqui, mais uma vez, o governo conta com os dementes (os idiotas úteis) que acreditam mesmo que informação de verdade está nas redes sociais. É tudo o que qualquer tiranete bostinha espera obter - uma legião de desinformados, no cabresto das twitadas. A responsabilidade da imprensa é gigante.
(Michel Temer preso e solto. 1964 e a ditadura que bolsonaristas adoram. O prefeito do Rio sob ameaça de impeachment. Lula e a prisão após condenação em segunda instância. Em Alagoas, a popularidde do governador Renan Filho e do prefeito Rui Palmeira. Em Maceió, o drama no bairro do Pinheiro e o perigoso populismo de certas autoridades que começam a surfar no desespero que afeta milhares de famílias. São temas sobre os quais precisamos conversar. Espero voltar logo. A demora desde o últmo texto se deveu a encrencas tecnológicas e a demandas pessoais. Até já).