Nesta segunda-feira (01), foi decidido pela juíza Juliana Batistela, que atua pela 14ª Vara Criminal da Capital, que o processo que investiga a morte de Davi Silva, jovem que desapareceu no mês de agosto de 2014, quando tinha 17 anos, deve ser remetido para uma das varas do Tribunal do Júri de Maceió. O caso aconteceu no bairro do Benedito Bentes, na parte alta da capital.
A acusação do Ministério Público é por homicídio duplamente qualificado, conexo aos crimes de ocultação de cadáver, falta de comunicação de apreensão de adolescente, tortura e prevaricação.
De acordo com informações do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), a decisão pela mudança de unidade foi tomada porque, inicialmente, não havia acusação de homicídio no caso.
Conforme a acusação, os réus do processo identificados como Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Vítor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade são policiais militares e foram indiciados e denunciados pelo desaparecimento do jovem.
"Muito se apostou na impunidade"
Em entrevista ao CadaMinuto, o primo de Davi, Magno Francisco contou que, para a família, a decisão da Justiça foi um passo importante, já que os familiares lutaram para que os PM's fossem ao Tribunal do Júri. "Muito se apostou na impunidade", desabafou Magno.
"É uma vitória importante. Agora, nós achamos que não está tudo ainda consolidado, mas esperamos que as devidas providências, que cabem ao Tribunal, possam estabelecer a Justiça, pois para nós da família, o caso do Davi é um sepulcro ainda em aberto", relatou.
O caso
O jovem, que tinha 17 anos, saiu de casa na manhã do dia 25 de agosto de 2014, uma segunda-feira, com um amigo, quando foi abordado por uma guarnição da Polícia Militar, apreendido na posse de uma “bombinha” de maconha e colocado na viatura quando desapareceu.
Às vésperas de completar um ano de sumiço, um corpo foi encontrado no dia 08 de agosto de 2015 próximo a um terreno baldio no conjunto José Tenório e acendeu novamente a chama da esperança dos familiares em conseguir colocar um ponto final no drama.
Passaram-se quase três meses para o Instituto de Criminalística descartar a hipótese. O confronto genético do DNA do corpo e da mãe de Davi não confirmaram o parentesco
Desde então nenhuma nova informação sobre o corpo do jovem surgiu, o que só fez aumentar a angústia da família que busca respostas.
*Com Ascom TJ/AL