Dinheiro e politicagem na Lava Jato

12/03/2019 00:42 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

A turma curitibana da Lava Jato decidiu mesmo enfiar o pé na jaca. Depois de cinco anos de operações policiais e uma coleção de abusos, os meninos do Ministério Público Federal querem meter a mão em nada menos que 2,5 bilhões de reais. A grana viria de um acordo entre Petrobras, MPF e autoridades americanas. A estatal brasileira paga multa bilionária por irregularidades em negócios nos Estados Unidos. Os procuradores decidiram então que esse trocado pertence a eles.

Segundo os patriotas – capitaneados pelo menudo palestrante Deltan Dallagnol –, o dinheiro deve ser destinado a uma fundação de direito privado a ser criada por eles mesmos, os inocentes cidadãos de bem instalados na República de Curitiba. Ah, sim, todo esse recurso seria usado em projetos sociais e no combate à corrupção. Tudo fechado sem dar satisfação a qualquer instituição.

O assunto está em destaque na imprensa nacional e incendiou o debate pelas redes sociais. A brilhante ideia dos heróis do MPF recebeu um bombardeio de críticas de nomes influentes, como Elio Gaspari, Reinaldo Azevedo e Luis Nassif. Ao perceber a reação negativa à pilantragem, Dallagnol partiu para o Twitter, seu palanque preferido pra espernear, dar chiliques e contar mentiras.

A ideia dos fuzileiros da Lava Jato não tem precedentes no Brasil. É uma jabuticaba especial. Como o negócio vai funcionar também é uma beleza de republicanismo. A tal fundação será montada com nomes escolhidos pelo MPF, sob critérios que somente a entidade conhece. Para defender essa brincadeira delinquente, Dallagnol ataca os críticos, tratados por ele como agentes do mal.

A iniciativa certamente será contestada formalmente junto a órgãos como o Tribunal de Contas da União e também no Judiciário. Se ainda resta alguma seriedade nessas instituições, a fundação privada deve ser abatida. Afinal, desde quando o MPF tem prerrogativa para decidir o destino de multas e do ressarcimento de dinheiro desviado para propina? É uma arbitrariedade total.

Depois de ajudar a eleger Jair Bolsonaro, Deltan Dallagnol e sua turma querem mesmo é fundar uma espécie de partido da Lava Jato. Os caras estão com uma fome de poder que deixa no chinelo muitos caciques da velha política. Eles têm um diferencial, que é a proteção e a imunidade da toga. Podem recorrer à lei para, à base de ficção, atropelar o próprio ordenamento legal do país.

Com Sérgio Moro aboletado no governo Bolsonaro – o que prova o nível moral do ex-juiz –, os garotões do MPF contam com seu apoio para emplacar esse fundo partidário disfarçado de combate à corrupção. E é claro que os debiloides e os cretinos que procuram marxistas e globalistas embaixo da cama apoiam qualquer porcaria desse tipo. O Ministério Público foi tragado pela politicagem.

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