A explicação do governo não convence

08/02/2019 15:51 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

“Alagoas está em boa situação fiscal – e a população pode ficar tranquila”. A garantia é do secretário da Fazenda, George Santoro, em entrevista ao jornalista Luis Vilar, meu colega aqui do lado no CADAMINUTO. O governador Renan Filho também quebrou o silêncio, na mesma linha do secretário. Não há risco de corte nos salários dos servidores públicos, afirma o chefe do Poder Executivo. Os dois tiveram de falar bastante nesta sexta-feira, para apagar o incêndio provocado pela notícia revelada no dia anterior pela imprensa nacional. Demoraram a se tocar sobre a urgência.

Tudo bem. Então Alagoas se manifesta ao Supremo Tribunal Federal sobre algo gravíssimo – mas tudo não passa de “solidariedade” aos estados que enfrentam uma situação de colapso em suas finanças. Tem lá alguma lógica, mas ainda não me parece uma explicação definitiva. Longe disso.

Vejam: são 27 unidades da Federação. Cadê a “solidariedade” dos demais governadores? Somente nove estados assinam a carta que solicita ao STF alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal, com o objetivo de obter autorização legal para a medida extrema. Difícil aceitar como algo simplório.

Fala o governador, também segundo este portal: “O STF ainda nem deliberou. Vamos aguardar a decisão para checar o que vamos fazer em Alagoas. Mas garanto que esse não é o nosso caso”. A declaração aponta numa direção, mas parece deixar uma porta aberta para mudança de lado.

O panorama fiscal dos estados não é nada saudável. Depois de uma temporada de forte crise nos últimos anos, 2019 começou mais bagunçado do que se imaginava. O primeiro mês do governo Bolsonaro deixou a nítida impressão de tempo perdido. A turma tá preocupada com o “globalismo”.

De todo modo, sendo otimistas, vamos acreditar nas garantias de Renan Filho e Santoro. O governo continua prometendo aquele meio mundo de hospitais, escolas em tempo integral e concursos para diferentes categorias. Na propaganda, a coisa vai muito bem, obrigado. Marketing não tem crise.

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