Eleição no Senado e judicialização da política

02/02/2019 13:43 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, saiu no meio da madrugada. Numa canetada, o magistrado anulou tudo o que havia sido decidido na sessão do Senado da sexta-feira. Como se sabe, a eleição para o presidente da Casa ficou para este sábado. A sessão começou por volta de 11h. Acompanho ao vivo pela TV os discursos dos oito nomes que se registraram como candidatos. Como se especulava, Fernando Collor entrou na disputa que já tem Renan Calheiros.

Então são dois candidatos alagoanos na disputa pelo comando do Senado. Agora, tenho a impressão, ninguém sabe ao certo o que motivou Collor a entrar nessa. Mas o que acho mesmo desconcertante é que o Senado comece a nova legislatura já sob a marca da chamada judicialização da política. Não se pode, porém, acusar o STF de, nesse caso, invadir prerrogativas do parlamento. Porque, de novo, partiu do próprio Senado a iniciativa de buscar o Supremo pra decidir sobre sua pauta.

Para lembrar: Dias Toffoli derrubou a decisão sobre votação aberta e determinou que o voto é secreto – como está claramente previsto no regimento do Senado. Um Judiciário que acaba legislando no lugar de deputados e senadores, esbravejam nos quatro cantos. O problema é que os revoltados assim se apresentam quando as decisões da Justiça barram seus interesses. Do contrário, beleza.

Se o começo dos trabalhos em Brasília pode sinalizar algumas coisas, uma é que a judicialização vai continuar a todo vapor em 2019. A conferir. E enquanto vou terminando este texto, seguem os discursos dos candidatos à presidência do Senado. Alguns já desistiram, como Alvaro Dias, Major Olímpio e Simone Tebet. É uma ação  em favor de Davi Alcolumbre. As apostas ainda são arriscadas, mas os ventos mudaram para o lado de Renan Calheiros. Ele pode levar. Ao voto.

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