Na eleição do Senado, Renan e Tasso Jereissati quase saem no tapa

01/02/2019 21:01 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Pega fogo a eleição para presidente do Senado. Depois da posse dos eleitos, a sessão preparatória para se votar nos candidatos virou uma bagunça, com bate-boca, gritos e até “sequestro” de documentos da mesa. Descontente com o fato de o senador Davi Alcolumbre presidir a sessão, sendo ele mesmo postulante na eleição, a senadora Kátia Abreu arrancou a pasta de documentos das mãos do colega, interrompendo os trabalhos, causando um tumulto infernal. Antes, também sob muita confusão, o plenário aprovou o voto aberto – o que prejudica a candidatura de Renan Calheiros.

E por falar no senador alagoano, ele é um dos protagonistas da sessão, que até o momento em que escrevo ainda está em andamento, sem perspectiva de um desfecho rápido. Num dos momentos mais tensos, Renan e Tasso Jereissati quase saem no tapa. O som dos microfones foi cortado na transmissão pela TV Senado. Nas imagens, via-se um Renan bastante alterado, numa troca de impropérios com o colega cearense. A dupla tem um histórico de desavenças. Pela antiguidade da discórdia, é uma relação sem chance de reconciliação. Qualquer coisa ali, sai faísca.

Uma banda do governo Bolsonaro joga pesado na disputa que se dá entre os senadores. Alcolumbre é quase um testa-de-ferro do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Os dois são filiados ao DEM. Essa tabelinha irrita o senador Major Olímpio, governista do PSL que se sente traído em sua própria turma. O caso desmonta a versão de que o governo não iria interferir na escolha do Legislativo. É o que dizem todos os governos, para, na prática, fazerem tudo ao contrário do bonito discurso.    

Durante os vários pronunciamentos, em diferentes momentos da sessão, Renan Calheiros declarou que poderia desistir da candidatura – mas isso ficou sempre parecendo tratar-se de um blefe. De todo modo, ele pode renunciar sim à disputa caso entenda que, com o voto aberto, não terá chance. Mas isso é apenas uma especulação. Como se esperava, é uma guerra de resultados imprevisíveis.

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Eleição será no sábado. Eram 21h15 quando os trabalhos foram encerrados, mas não houve a eleição do novo presidente do Senado. Ficou tudo remarcado para uma sessão que começa às 10h deste sábado, dois de fevereiro. Durante o resto da noite e a madrugada, portanto, as negociações vão continuar de todos os lados. E o futuro do senador Renan Calheiros continua incerto. Vamos esperar.

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