Uma força-tarefa contra Renan Calheiros

29/01/2019 03:50 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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As eleições para as mesas diretoras na Câmara e no Senado estão previstas para a próxima sexta-feira, primeiro dia de fevereiro. O alagoano Renan Calheiros chega às vésperas da votação com um incrível cartel de inimigos declarados. As cavalarias contra o senador de Murici estão dentro e fora do Congresso, nos partidos rivais e também no seu próprio MDB. Ele ainda não se declara candidato.

O procurador Deltan Dallagnol, que gasta mais tempo fazendo política do que trabalhando no Ministério Público Federal, é cabo eleitoral a favor de qualquer nome capaz de derrotar o experiente Renan. A advogada Janaina Paschoal, deputada estadual eleita por São Paulo, faz campanha contra o pai do governador de Alagoas. Exemplos assim, nesta guerra, fazem barulho nas redes sociais.

Nesta segunda, o Estadão trouxe reportagem com o título “Adversários definem estratégia anti-Renan para votação no Senado”. Confirmando que a candidatura do alagoano atrai uma artilharia de força-tarefa, informa o jornal: “Sete candidatos rivais do senador emedebista vão apoiar que Davi Alcolumbre (DEM) presida sessão preparatória com o objetivo de garantir o voto aberto na disputa”.

Essa informação significa que os adversários não desistiram de alterar as regras do jogo em cima da hora. Isso já foi tentado via STF, mas não há chance de prosperar. O Supremo entendeu que a forma da votação é uma questão interna do Senado. O voto fechado está devidamente previsto no regimento da casa, sem margem de dúvida. O mesmo vale para a eleição na Câmara Federal.

Do jeito que vai a confusão, o desfecho desse processo eleitoral caminha para o imprevisível. No próprio MDB de Renan Calheiros, surgiu o nome da senadora Simone Tebet, vista como alternativa viável ao cacique das Alagoas. O tucano Tasso Jereissati delira com a conquista da cadeira, mas ninguém leva essa hipótese a sério. Major Olímpio, do PSL, é outro nome mais próximo ao folclore.

No balaio de pretendentes a presidir o Senado, aí no meio dos sete rivais de Renan, estão ainda os veteranos Álvaro Dias e Espiridião Amim. Todos eles, é o que se fala na imprensa, sabem que na eleição não têm chances em condições normais. Daí porque união de forças, incluindo a adesão de setores influentes na opinião pública – como MPF, OAB, entidades de classe, alas da imprensa.

Por tudo isso, a eleição para presidir o Senado é algo muito mais sério para Renan Calheiros. Ele certamente nunca enfrentou uma aliança tão ampla contra seus interesses, numa simples escolha para o comando do Legislativo. Há quem diga que um acordo pode levar o senador a desistir da candidatura. Não é o mais provável. Ele agora não sai das redes sociais. Mas a campanha vai além.

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