Um breve resumo dos últimos acontecimentos sobre Flávio Bolsonaro: deputado estadual, ele aprovou, em duas ocasiões, homenagem da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro a um notório miliciano da Polícia Militar, acusado de assassinatos e outros crimes. O homenageado, capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, teve prisão decretada e, até o momento em que escrevo, está foragido. Ele e outros foram alvos de operação desencadeada pelo Ministério Público do Rio.

As relações do miliciano com o filhote do presidente, ao que tudo indica, são pra lá de próximas e cordiais. Em seu mandato, Flávio nomeou como assessoras a mãe e a mulher do capitão da milícia. Ao tentar se explicar sobre essas estranhas nomeações, o senador eleito – repare que coisa curiosa – jogou a reponsabilidade no Fabrício Queiroz, aquele carequinha especialista em “rolos”.

Pois é, o Queiroz, que até agora foge do MP e não explica a movimentação “atípica” de 1,2milhão de reais em sua conta, e nem o festival de repasses que recebeu de assessores da Assembleia, também é amigão do miliciano foragido. Tudo em casa. Quando o escândalo estourou, Queiroz se escondeu em Rio das Pedras, a região dominada justamente pela milícia do capitão Adriano.

Reportagem do Jornal Nacional revelou ainda que, em discurso na Assembleia carioca, Flávio fez uma defesa apaixonada das milícias. É um escárnio. Um representante do povo que atua em favor de criminosos?! Só isso já seria o suficiente para um processo contra esse delinquente travestido de renovador da política brasileira. Bolsonaristas fazem malabarismo para proteger o herdeiro do “mito”.

Quem se espanta com essa ligação da família Bolsonaro com milicianos? Somente os desavisados. Para quem procura fatos, e não historinha para blindar o governo, basta rever os vídeos, disponíveis na internet, nos quais Jair Bolsonaro exalta a atuação de grupos de extermínio. A truculência está no DNA da turma que se elegeu para “varrer” do mapa todos aqueles que não rezarem na cartilha.

Para completar, os alvos da operação do MP também são suspeitos no assassinato da vereadora Marielle Franco. Enquanto graves informações não param de surgir, os filhos do presidente seguem distribuindo coices para todos os lados nas redes sociais. Aos poucos, devem estar percebendo que “twittadas” servem para alimentar os doentinhos fanáticos, mas não encobrem a verdade incômoda.

Diante de tudo o que já se sabe, está evidente que Flávio virou milionário com a política. Um caso clássico. Junte então dinheiro de origem espúria e violência contra moradores de periferia, e temos aí um combo dos infernos. Parece que o Brasil mudou mesmo pra valer: deixamos para trás os tempos de governos socialistas e corruptos e entramos numa nova era. Agora, é o Governo dos Milicianos.