Bolsonaro se abraça a blogueiros amestrados e à imprensa chapa-branca

23/01/2019 16:16 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Flávio Bolsonaro, amigão de milicianos, deu até agora quatro entrevistas a emissoras de televisão sobre seus negócios pra lá de suspeitos. Ele falou duas vezes à Record TV, uma vez ao SBT e finalmente teve uma conversa com Boris Casoy, na Rede TV. É a imprensa aliada ao governo do Capitão da Tortura. Como se sabe, a Globo virou inimiga mortal do presidente Jair Bolsonaro.

A emissora do “bispo” Edir Macedo é a mais engajada no projeto bolsonarista – e as entrevistas do filhote do presidente escancaram essa pornográfica relação. Diante dos repórteres, Flávio fala sem parar, praticamente não se ouve pergunta dos jornalistas e, quando isso ocorre, o profissional parece estar ali por obrigação, cumprindo ordens, numa farsa combinada com o mala entrevistado.

A cada reportagem no Jornal Nacional, Carlos Bolsonaro, o filhinho do presidente que é vereador, mas é como se fosse um ministro clandestino, se dana a relinchar no Twitter, sempre com ataques baseados na distorção da realidade. É uma estratégia que deu certo na campanha eleitoral, mas passa muito longe de resolver os problemas do clã formado por esses notáveis cidadãos de bem.

Além de cooptar o apoio de veículos como as emissoras de TV citadas, o governo Bolsonaro também faz a festa de sites e blogueiros amestrados, que se vendem como liberais, conservadores e de direita. Tudo papo de pilantrinha para beliscar dinheiro dos cofres públicos – exatamente como acontecia nos governos petistas, com a turminha dos blogs que se dizem “progressistas”.

Governos e políticos em geral defendem a imprensa – mas a imprensa amiga, a favor, chapa-branca. Se conta a verdade, se mostra os fatos, aí é “golpista”, “suja”, “vendida” e “vagabunda”, entre outras categorias de mesmo padrão. É o pensamento que vai da extrema direita à esquerda extrema, sem exceção, sem ressalva a este ou aquele grupo político, não importa o tipo de regime em vigor.

As coisas ficam muito mais graves quando um governo decide agir para enquadrar as vozes dissidentes no jornalismo. É o sonho de Bolsonaro e dos garotões sarados da Nova Direita. Não tem perigo de dar certo. A vontade de sujeitos como os filhotes do capitão seria simplesmente fechar veículos e eliminar jornalistas. Quem sabe um miliciano não dá um corretivo nos rebeldes?

Vamos ver. O governo nem completou um mês, e já declarou guerra à TV Globo e, mais ainda, à Folha de S. Paulo. Estamos falando da maior rede televisiva do Brasil e do jornal que, além de ser o principal do país, é reconhecido como o mais influente, com postura ácida para os governos de turno. Ignorantes, vulgares e truculentos, os Bolsonaro gostariam de fuzilar tudo isso aí.

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