Presidente Bolsonaro vai mudar isso daí?

09/01/2019 14:57 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

No governo dos donos da ética alheia, o filho do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, ganha de presente uma promoção no Banco do Brasil, e passa a ter salário de 36 mil reais. Questionado sobre esse exemplo de correção no trato com a coisa pública, Mourão disse que o filhote é um verdadeiro gênio em sua especialidade – e só não havia sido promovido até hoje porque não era filiado ao PT. É uma reação vagabunda diante de picaretagem típica da velha política.

Dizem na imprensa que o mimo ao herdeiro do vice irritou o presidente Jair Bolsonaro, que recebeu a novidade com surpresa. Segundo a imprensa, aliados e mesmo eleitores comuns do presidente não gostaram da iniciativa oficial. É tudo o que a patota dizia que jamais aconteceria num governo do capitão da tortura. Afinal, ele foi eleito para mudar a lógica na gestão do patrimônio público.

Mas, como está claro, tudo isso era discurso de palanque, conversa fiada de campanha eleitoral para ganhar voto. Uma vez empossado, Bolsonaro age na contramão de sua verborragia populista e vulgar. Para os cargos relevantes nos ministérios, os critérios são puramente políticos – com “viés ideológico”, como diria o próprio presidente, amado pelos cidadãos de bem e anticomunistas.

Além das medidas “republicanas” adotadas pelo governo, a equipe segue batendo cabeça, cada um falando as baboseiras que entende de acordo com suas demandas. Na primeira semana de gestão, já apareceram notícias de ministro pedindo a cabeça de colegas desafetos – caso de Paulo Guedes, da Economia, e Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Não será surpresa uma demissão em breve.

Por falar em Lorenzoni, o Ministro Caixa Dois, ele terá de explicar mais uma estripulia que acaba de ser revelada pelo jornal Zero Hora. Entre 2009 e 2018, o sujeito usou notas fiscais de uma empresa de um amigo para receber verba indenizatória da Câmara dos Deputados, no valor total de 317 mil reais. Pelos dados, é claro que foi uma jogada para justificar serviços inexistentes.

O novo caso do chefe da Casa Civil é um clássico entre os parlamentares. Gastam nosso dinheiro em seus negócios particulares e depois providenciam notas fiscais frias para forjar uma legalidade de fachada. Aqui mesmo em Alagoas já tivemos incontáveis escândalos com esse velho tipo de metodologia marginal. Mas os meninos da Direita Alagoana juram que Bolsonaro mudou isso daí.

Enquanto isso, o tempo passa, quase voando, e o senador eleito Flávio Bolsonaro continua numa moita, fazendo de conta que nada tem a ver o motorista Fabrício Queiroz. Lembrando que o esquema envolvendo ambos também se inscreve num tipo consagrado de pilantragem com os cofres públicos. Vai ver tudo isso não passa de sabotagem do PT, agindo para destruir a família brasileira!

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