Presidente tuiteiro publica mensagem – e apaga horas depois

07/01/2019 00:22 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

No texto anterior, escrevi que o presidente Jair Messias reproduz o comportamento de um moleque viciado em redes sociais. Horas após publicar o post, leio no jornal O Globo uma reportagem sobre mais um disparate do tuiteiro instalado no Alvorada. Bem ao estilo dessa turma, ele levantou suspeitas infundadas sobre um contrato de aluguel de veículos no Ibama. Recebeu uma resposta demolidora da presidente do órgão, Suely Araújo, que está de saída. E aí Bolsonaro apagou o texto.

Escrever sandices e espalhar mentiras, para achincalhar a honra de alguém, e depois apagar suas próprias palavras – isso é ou não é uma grossa molecagem. Aliás, no caso Bolsonaro, é muito mais grave. O presidente fez seu comentário leviano após compartilhar uma pilantragem publicada no Twitter por seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Este também falou sobre o que não conhece, movido pela compulsão de “fuzilar a petralhada”. Os dois saem disso desmoralizados.

Em nota oficial, Suely Araújo explica fatos e números, e depois enquadra a dupla cafajeste: A Presidência do Ibama refuta com veemência qualquer insinuação de irregularidade na contratação. Espera, por fim, que o novo governo dedique toda atenção necessária às importantes tarefas a cargo do Ibama, e não a criar obstáculos à atuação da Autarquia. Até o momento em que escrevo, os dois não refutaram a servidora. Eis o padrão do novo governo e de um estadista nato.

Pelo que se vê, temos um governo em que presidente e ministros passam o dia vadeando pela internet, disparando ofensas contra qualquer alvo que lhes pareça algum inimigo “globalista”. Bolsonaro também gastou o domingo em bate-boca com o petista Fernando Haddad, pelo Twitter, é claro. Se o comportamento visto nos primeiros dias de gestão continuar como regra, será uma presepada a cada 24 horas. Isso tudo, porém, está de acordo com a estatura moral da turma.

Outro elemento do governo, nomeado para cargo no Ministério da Educação, passa o dia nas redes sociais vomitando agressões aos professores da rede pública. Nunca houve algo tão rasteiro na história do país. De onde vem a feitiçaria dessa escória? A alma autoritária explica, em boa medida, tamanho descalabro na praça. Como diria o valente Leonel Brizola, é tudo filhote da ditadura.

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