1. A belezura do auxílio-moradia voltou. Depois de emplacarem um reajuste de 16% nos baixíssimos salários, magistrados podem ficar tranquilos: não correm mais o risco de engrossar a legião de sem-teto nas ruas de nossas cidades. Com isso, ainda bem, a Justiça volta a ter todas as condições para exibir a sua vasta competência – celeridade, independência e imparcialidade garantidas.

2. Leio sem maior interesse que o Tribunal de Contas do Estado atravessa forte turbulência na eleição do novo presidente. Defendo que essa inutilidade seja extinta no país, incluindo o TC da União. A única serventia  dessa jabuticaba é ser um belo cabide de emprego para políticos e apadrinhados do coronelato nacional. É por essas e outras que o Brasil é o Brasil, o paraíso de castas parasitárias.

3. O governo estadual lançou na TV nova série de propaganda sobre suas relevantes realizações. O que mais chama atenção é a reiterada divulgação de obras grandiosas, como a construção de nada menos que cinco hospitais. Passada a campanha eleitoral, a publicidade continua mandando ver na exaltação de promessas. Quanto a prazos para inauguração, vamos esperar as próximas peças.

4. Não sei quanto ao leitor, mas a coleta do lixo voltou à regularidade aqui onde fica meu esconderijo. A princípio, notei certo improviso, a começar pelo caminhão usado para acomodar a sujeira que dispensamos nas calçadas. Quanto à misteriosa troca de empresas que fazem o serviço, desconheço como andam as coisas na Prefeitura de Maceió. Sei que o caso periga bater nas barras dos tribunais.

5. Candidato único, Alfredo Gaspar de Mendonça garantiu a reeleição como procurador-geral de Justiça de Alagoas. É o passaporte para sua candidatura a prefeito de Maceió em 2020. No Brasil é assim: juiz e procurador de justiça costumam pavimentar a carreira política como bravos agentes no combate a malfeitores. Depois, levam o mesmo talento aos palanques eleitorais.

6. Flávio Bolsonaro mostra que faz parte mesmo de uma renovação na política. Sobre o motorista que até um dia desses era seu amigão e homem de confiança de sua família, o filho do presidente eleito diz agora que nada tem a ver com o elemento. Fabrício Queiroz, até esta quarta-feira, seguia escondido. O filhote do capitão repete a conduta de tantos outros em casos assim. Novidade é isso aí.

7. Guru, líder espiritual, pastor, pajé... Desculpem, mas essas histórias nunca terminam bem. Os exemplos de abusos atravessam as décadas e as fronteiras. A razão não explica tudo, é verdade, mas a crença no sobrenatural é o atalho para desastres. O roteiro dos acontecimentos em Abadiânia prova que o mais comum é a mistificação vulgar por personagens como esse João do Capeta.